31 de dezembro de 2007
Depois de 2006, o ano em que tudo que podia dar errado deu, não seria muito difícil uma superação. Mas tudo foi muito além do que eu esperava.
Fiquei mais próxima de amigos que me fazem muito bem, que estão sempre perto de mim pra tudo que eu precisar, que me ouvem e, nos finais de semana, me levam para as melhores festas, me convidam para um passeio no parque ou só pra um chazinho de tarde.
Não me apaixonei. Não tive meu coração partido em mil pedacinhos e devo dizer que isso é uma grande novidade pra mim. Nesse ano fiquei assim, tranqüila, juntando os cacos do ano passado e talvez tenha sido isso que me impediu de cair nessa de me apaixonar cegamente pelo primeiro cara que me desse cinco minutos de atenção.
O segundo ano de faculdade me pareceu muito mais tranqüilo. Ao menos nenhum professor nos mandou fazer trabalho sem noção baseado em um livro de 600 páginas. Produzi bastante, gostei da maioria dos resultados. Admito que no segundo semestre fui uma aluna bem mais relapsa, faltando em boa parte das aulas porque, né, não tinha chamada e eu gosto de dormir até 13h.
2007 foi o ano em que eu fiz minha primeira entrevista de emprego, arrumei meu primeiro estágio, saí durante a semana para tomar cerveja depois do expediente, mudei de apartamento, mas mantive o melhor roomie DO BRASIL, conheci gente nova e interessante, vi a Bjork de perto, fui para o Rio de Janeiro e passei os melhores dias do ano perto do melhor amigo do mundo, viajei com meus amigos pra um final de semana inesquecível na praia, tive um dia reservado na semana para a Elisa ir na minha casa e a gente ficar...né.
Valeu ae, gente boa. E que venha 2008, mas só se for pra deixar 2007 no chinelo.
21 de dezembro de 2007
Hoje vim aqui pra prestar um serviço à população. E vou falar sobre COMO SE COMPORTAR EM UMA VIAGEM DE ÔNIBUS.
Vamos lá.
- Logo que o ônibus chega na rodoviária, aquele bolo de gente se aglomera querendo se livrar logo das malas. Tenha paciência, não saia por aí passando com sua mala de carrinho por cima dos pés dos outros. Além do mais, se sua mala é uma das últimas a ser guardada, será uma das primeiras e ser retirada, certo? Certo.
- Entrou no ônibus, achou seu lugar. Se for de janela, acomode-se e pronto. Se for corredor e a pessoa da janela ainda não tiver chegado, não vá fazer cara feia quando ela chegar. Levante-se educadamente e deixe ela sentar. Não vá fazer a pobre coitada se contorcer pra passar por você. E assim você não corre o risco de acabar com a ela caída no seu colo.
- Antes de abaixar o encosto do seu banco, não custa nada dar uma olhadinha pra trás e conferir se o passageiro atrás de você já está sentado. Falo isso porque na minha última viagem Curitiba-Maringá fiquei com um roxo nas costelas porque o filho da puta da minha frente abaixou o encosto dele quando eu ainda estava DE PÉ. Resultado: bateu nas minhas costelas, eu caí sentada quase em cima da mulher do meu lado e ainda falei um "tomar no cu" em voz alta. Daí percebi que sempre olhei pra trás antes de abaixar meu encosto.
- Evite, POR FAVOR, levar alimentos com cheiros fortes pra dentro do ônibus. Nessa categoria estão incluídos: CHEETOS (principalmente. e qualquer um, seja o tradicional cheetos bola cheiro de vômito ou baconzitos), salgados fritos, como coxinhas e risólis.
- Os (normalmente) 20 minutos de parada são para fazer as coisas que não são agradáveis de se fazer dentro do ônibus. Tipo COMER ESSAS COMIDAS FEDIDAS. Por que só descer, comprar e voltar pra comer dentro do ônibus? Coma lá embaixo, muito mais fresquinho e ventilado.
- Cale a boca. PELAMORDEDEUS, CALE A BOCA. Se você está viajando num ônibus de madrugada, deve entender que algumas pessoas querem e precisam dormir, por mais desconfortável que seja. Então não invente de contar pra sua vó, que está sentada ao seu lado, tudo de novo que você está observando dentro do ônibus. Pouco me importa se agora os ônibus exibem um aviso quando os banheiros estão ocupados. Enfim, cale a boca.
- Last, but not least: Não invente de ficar lendo livros até três horas da manhã. Não é do tipo que dorme durante a viagem, ok. Mas é aquela mesma regra...tem gente que é. E aquela sua mísera luzinha, que não ilumina porra nenhuma e te dá uma baita dor de cabeça, atrapalha PACAS quem tá querendo dormir. Tem noção do alívio que dá quando você a apaga? Pois é.
Bom, é isso.
No próximo posts: dicas para turistas argentinos que insistem em nos visitar no verão.
22 de novembro de 2007
Mas de um tempo pra cá meu coração amoleceu, sei lá. Eu quero tanto acreditar nas pessoas, quero tanto pensar que cada um que cruza o meu caminho tem algo de bom pra me oferecer. Ando com um sorriso na cara mais constante, sendo mais simpática e dando conversa até praquele bêbado chato do bar porque, porra, vai que ele sóbrio é legal?
Talvez eu esteja voltando uns 85 passos do que é crescer, mas é tão boa a sensação de ouvir o que os outros têm a me dizer. É tão bom não achar todo mundo patético, idiota e menos esperto do que eu.
Basicamente, hoje eu sou assim, fácil de agradar. Quer ver eu me divertindo horrores? Me chama pra tomar uma cerveja na padaria depois do expediente. Quer me ver dançando sem me importar com quem está ao redor? Me leve em alguma festa que toque música pop.
Eu sou legal, sou divertida, sou engraçada. Tenho todas essas minhas fases meudeusquemerdadevida, mas elas passam rápido e depois disso sou só alegria.
Hoje, não tenho dúvida, sou muito mais feliz, menos amarga e PAU PRA TODA OBRA.
13 de novembro de 2007
Normalmente, eu deixo meu status em Ausente. Só porque online atrai sempre os chatos. Ausente eu falo com quem eu quiser e se não tô com vontade tenho a desculpa "poxa, não tava no pc, tava ausente, né". Mas, quando meu status é Ocupado, porra, é porque eu realmente estou ocupada. Então, pelamordedeus, se eu não responder, é porque dei esc pro chefe não ver. NÃO FIQUE CHAMANDO A MINHA ATENÇÃO.
11 de novembro de 2007
3 de novembro de 2007
(um número de telefone aleatório, viva-voz ativado...)
Alguém - Alô?
Cassi - Alô, com quem eu falo?
Marina - Marina...
Cassi - MARINA!!! PARABÉNS!!!! VOCÊ ACABA DE GANHAR NO SHOW DO MILHÃO!!!
Everybody - AEEEEEEEEEEEEEEEEE!!! MARINA, MARINA, MARINA!!!!
Cassi - Marina, tudo que você tem que fazer é responder a uma perguntinha muito simples!!!!
Marina - Ai, meu deus...Tá bom.
Cassi - Muita atenção, Marina!!!! A baleia é: opção a) um peixe, b) um mamífero, c) um réptil ou d) uma ave!!!
Everybody - MARINA, MARINA, MARINA!
Marina - Um mamífero.
EB - PARABÉÉÉÉÉÉÉÉÉNS, AEEEEE, MARINA, MARINA, MARINA!
Cassi - Parabéns, Marina, você acabou de ganhar 1 milhão de reais. Parabéns, tchau.
tutututututu
1 de novembro de 2007
Outro passatempo, esse com certeza o preferido, é inventar critérios de classificação pras pessoas em geral, depois de perceber quais são as minhas pequenas características, coisas tão minhas mas que podem ser perfeitamente das outras.
São esses os que inventei até agora (ou pelo menos gosto de pensar que inventei):
- Quando a pessoa tá chupando bala, ela gosta só de chupar (por favor, sem idiotices) ou mastiga?
- Dorme com o pé pra dentro da coberta ou pra fora?
- Arrumam os cds em qual ordem? Alfabética, que foi comprado, preferência...?
- Combinam as roupas íntimas?
- Conseguem dormir sem lavar as mãos?
- Desodorante spray, roll-on ou creme?
- Papel higiênico folha dupla ou simples?
- Caneta azul ou preta?
- Lápis ou lapiseira?
- Times new roman ou arial?
Sei que têm outras, mas agora não consigo lembrar. É isso, só queria compartilhar.
Bom feriado, sejE feliz.
16 de outubro de 2007
Ando pensando em como nos prendemos a fatos pequenos e não conseguimos simplesmente relaxar e pensar "tudo bem, não tem importância, deixa pra lá". E ao mesmo tempo não conseguimos reconhecer as pequenas coisas que realmente importam: um cd que te gravam com as músicas que lembram você, um telefonema no meio da madrugada só pra dizer um oi ou só o "você é tão legal" dito com a boca entreaberta, por causa da vergonha.
Eu não consigo relaxar. Eu não consigo me soltar. Tem hora que eu penso que eu vivo a minha vida inteira fingindo risadas, porque na verdade tudo que eu tenho levado aqui dentro é um grande vazio e se possível fosse um aperto no vazio. Angústia, agonia e vontade de me desligar de tudo e todos por um bom tempo.
Vontade louca de mandar muita gente calar a boca e me deixar em paz, pelo amor de deus.
E eu me pego pensando no porquê de vir aqui escrever tanta besteira, mas acontece que tá cada dia mais difícil não vestir essa máscara de alegria e assumir o "oi, numtôlegal". De vez em quando dá preguiça de falar.
10 de outubro de 2007
Não fode, Buks.
2 de outubro de 2007
Pois é, sábado de noite a gente tava aqui em casa, eu e mais amigos, e conversa vai, conversa vem, começamos a falar sobre por queeeeeeeeee as pessoas mais velhas têm mais dificuldade em entender como funcionam as coisas mudérnas. Minha mãe, por exemplo, já tentou fazer curso de informática, mas não adiantou de nada e ela preferiu nunca mais chegar perto do computador. Meu pai só sabe mexer no powerpoint. Minha vó não sabe falar no celular. Sabe, essas coisas.
Eis que surge a pergunta: o que será que vai existir quando a nossa geração ficar velha que a gente não vai saber como fazer funcionar?
A resposta encontrada é: MALDITA CONVERGÊNCIA!
(e parabéns pro papis que hoje faz 55 anos e se dá de presente uma viagem pra pescar na argentina. ae!)
28 de setembro de 2007
Mas, alô, sou eu quem estou falando.
Isso que dá ter algum tempo livre pra ver um filme bonito, que te traz mil lembranças e que, de repente, faz tanto sentido. Meu estômago tá doendo, deve ser gastrite atacando.
Enfim.
Dói perceber que você é a única responsável pela sua miséria e que a pessoa responsável por te fazer feliz nem existe.
20 de setembro de 2007
Meu vô me ensinou a gostar de livros, me deu a coleção inteira do Machado de Assis e do Lima Barreto. Meu vô me ensinou tudo sobre Getúlio Vargas melhor do que qualquer outro professor de História.
E meu vô, e por isso eu vou sempre ser grata, me apresentou a uma das coisas mais deliciosas dessa vida: banana com paçoca.
Valeu, vozão.
12 de setembro de 2007
Não se encante tão fácil, não se deixe levar pela fraqueza ou pela falta de emoções de sua vida pastel, resista mais um pouco.
Quando for pra chorar, que seja trancada no quarto ou durante o banho, não saia por aí demonstrando sua tolice.
Fume menos, beba menos, durma e leia mais. Estudar também seria uma boa idéia. Procurar um emprego, quem sabe.
Sonhe menos. Não há problema nenhum em não sonhar, se esqueça da vez que te disseram isso. Pronto, comece aprendendo a viver mais no mundo real.
Coma mais salada e menos carne vermelha, evite o açúcar e o café em excesso.
Pare de pensar que há alguma chance nisso tudo.
Acorde, caralho.
10 de setembro de 2007
5 de setembro de 2007
Um homem e uma mulher discutiam, me pareceu, o que iria no cartaz de uma clínica de estética.
- Botox?
- Ai, não, botox, não. Já tá fora de moda.
- Claro que não! Todo mundo coloca botox!
- Eu não coloco - disse o homem.
Nisso uma outra mocinha chega com uns papéis e pergunta, bem simpática, se eles não desejariam assinar o abaixo-assinado contra a venda da Vale do Rio Doce. E o cara vira e diz:
- Ah, mas o que é isso?
A amiga dele deu uma explicação bem rápida e ele pediu o papel para assinar. Assinou.
Depois que a mocinha que tinha pedido a assinatura saiu, ele perguntou:
- Mas pra quê é isso?
- Tão querendo privatizar.
- Ai, mas tem que privatizar, mesmo!!!! - disse e, abaixando bastante a altura da voz, continuou - Isso é aqui em Curitiba?
Indigestão, ok.
2 de setembro de 2007
Beleza, vamos de Beatles.
Encaixotei uns livros e papéis, xerox da faculdade, passei a fita na caixa e voltei pro computador pra jogar um pouco de bubble shooter e ver se conseguia ganhar.
Nisso já tava na letra "w" das músicas deles.
Foi então que eu me deparei com uma coisa tão bonita.
Acho que de todas canções que apresentam variações do tema "amor", nunca nenhuma me foi tão conveniente e tão verdadeira.
A música é Wait.
"But if your heart breaks
Don't wait, turn me away
And if your heart's strong
Hold on, I won't delay
Wait till I come back to your side
We'll forget the tears we've cried"
Talvez isso só tenha me ocorrido porque é tão bom quando a gente consegue falar pra quem a gente ama que ela pode, sim, nos esquecer.
Ah, desculpa aí, galera. Hoje é sábado e eu estou em casa. Alguma coisa tá errada nisso.
31 de agosto de 2007
27 de agosto de 2007
Eu sempre soube que eu sou normal. Não tenho um cabelo maravilhoso, nem olhos azuis e lindos e muito menos um corpinho de parar trânsito. Sempre me coloquei no meu lugar e nunca fui a primeira que os meninos olham em uma festa quando estou com as minhas amigas. Mas tem dia que resolvem esfregar isso na minha cara.
Em um certo verão, fui pra Florianópolis com a família e amigos da família. Estávamos almoçando em um restaurante, conversando, tomando caipirinhas quando, de repente, entram três mulheres: a mãe e duas filhas. As três com um bronzeado perfeito, pulseiras de prata até o cotovelo, cabelos lisos e hidratados e de um loiro espetacular. Elas sentaram, almoçaram uma saladinha e tomaram água com gás. Eu fiquei tipo hipnotizada com aquelas mulheres. Todo mundo do restaurante ficou, na verdade.
Mas, então, quando elas se levantaram pra ir embora, todo mundo percebeu: não sabiam andar de salto.
20 de agosto de 2007
Eu e ele estávamos juntos, namorando e felizes. Até o dia em que o vi beijando uma outra menina, uma ex-namorada qualquer e o meu mundo desabou. E eu dizia que não era para ele me procurar nunca mais. Ele insistia, pedia mil desculpas, dizia que não conseguia se imaginar sem estar comigo. Depois de horas de conversa, concordávamos em dar mais uma chance praquela relação tão legal que a gente vinha construindo.
Depois disso, eu o observava de longe, cada pessoa que vinha conversar com ele e ele ignorava e vinha atrás de mim. Cada palavra e declaração que ele me fez para me reconquistar. Tudo.
Depois de algum tempo tentando suportar essas coisas, percebi que não dava mais e eu fui lá e disse chega. Quando todo o primeiro encanto se quebra, é muito difícil juntar todos os cacos.
Da hora que eu acordei até quase a hora e que fui me deitar de novo, fiquei pensando em tudo isso. Tentando achar a coragem que eu tive no sonho. E achei.
Uma parte dela, ao menos.
E agora só peço para que ela não desapareça.
12 de agosto de 2007
8 de agosto de 2007
Só sei que fui parar nuns becos, entrei em desespero e comecei a chorar, sozinha, dentro do carro.
Dia desses eu estava na sala de espera de um consultório médico e uma família entrou: mãe, pai e a filha, que devia ter uns quatro ou cinco anos. Eles sentaram todos juntos e pegaram uma Caras para ler, todos juntos também. Tinha um reportagem sobre o Roberto Justus e a namorada, não sei quantos anos mais nova. Daí a filha disse para a mãe:
- Mamãe, que moça bonita, esse é o pai dela?
- Não, filha, é o marido. Ele é velho...mas tem dinheiro.
- Ahn.
Uns segundos depois, a filha falou para os pai:
- Papai, mamãe, eu amo vocês. Quero dar um abraço em vocês dois.
E os três se juntaram num abraço. Mas, eu me pergunto, pra quê colocar na cabeça da criança essa história do dinheiro?
Dia desses eu estava a pé, porque meu carro tinha ido pra oficina, e fui visitar um apartamento lá na Buenos Aires com a Iguaçu. Fui andando, como há muito tempo não fazia. Olhando as lojinhas e esperando o sinal de pedestres ficar verde.
Quando cheguei ao prédio, reparei que do outro lado da rua havia uma lojinha muito simpática que vendia chás artesanais. Na volta pra casa, parei lá e comprei um pacotinho de chá de maçã, cravo e canela e troquei uma dúzia de palavras com o vendedor, que era muito legal.
Dia desses eu percebi que tudo que preciso na vida é isso: um motivo bobo para chorar, pessoas e suas demonstrações públicas de amor para criticar e um chá de qualquer sabor.
2 de agosto de 2007
É, me esqueci da luz da cozinha acesa, de fechar a geladeira, de limpar os pés. Me esqueci, Jesus, de anotar os recados, todas as janelas abertas, onde eu guardei a fé em nós.
É, meu computador apagou minha memória, meus textos da madrugada; tudo que eu já salvei, o tanto que eu vou salvar das conversas sem pressa, das mais bonitas mentiras.
Que o teu afeto me afetou é fato, agora faça-me o favor...
"
30 de julho de 2007
Chame aquela pessoa que te faz dar risada por horas seguidas, arrume um lugarzinho com sol em frente ao lago, naquele parque bonito e esqueça, por alguns breves minutos, que amanhã a vida volta ao normal. E isso tudo está apenas começando.
23 de julho de 2007
Suma, evapore.
Nós sabemos que é o melhor a se fazer. Eu sei, ao menos. Quanta pretensão dizer "nós". Nunca houve um "nós", nunca vai haver. Mania besta de inventar em minha cabeça frases jamais ditas por ti.
- Vou embora, mas saiba que te levarei sempre aqui, dentro de mim. E que todas as noites antes de dormir, pensarei em como tudo seria mais fácil se você estivesse por perto.
- Esqueça tudo de ruim que já nos aconteceu.
- É você e só você.
Uma dose maior, por favor.
17 de julho de 2007
Por alguns momentos as cores ficam mais bonitas, mas logo vem o sono e ao acordar tudo volta ao normal. Esse tom pastel, sem graça.
Não tá bom, não tá ruim, não tá nada. Não tem nada.
Acordar e ser o braço de outra pessoa que me esquenta. Não o seu.
1 de julho de 2007
Carregar essa responsabilidade, a responsabilidade pela felicidade ou tristeza de outra pessoa, é como ter três toneladas sobre seus ombros.
E não há alívio maior do que, mesmo que demore um pouco, se livrar desse peso todo. É tirar do corpo aquilo que nos faz menor e pior. Guardar rancor não faz bem para a pele nem para os cabelos.
Pauta 1023 - Tudo de Blog
É sadismo demais. Parece que gosta de me ver sofrer, que gosta de saber que sempre vai poder voltar e dizer coisas bonitas e me ver sem saber o que fazer, falar, sentir.
É prazeroso? É bom? Faz bem pro seu ego? Pois o meu não anda lá muito bom, não.
Então me ignore, finja que eu não existo ali, pense nas suas outras possibilidades, nas outras que podem aceitar isso, nas outras tantas por quem você me trocou.
Eu ando tão cansada, andando dois passos para frente e voltando três. Cansada de me sentir sempre assim, impotente.
25 de junho de 2007
E é claro que eu sei, eu sempre soube. Desde o primeiro dia eu disse: Flávia, não faça isso. Você vai se machucar, e a ferida não vai se fechar tão cedo. Será uma daquelas que você arranca a casquinha para que ela volte a sangrar, sempre E se algum dia houver qualquer sinal de cicatrização, você irá olhar pra ela e pensar "droga, não era pra isso acontecer". Porque você gosta disso. Gosta de sofrer, dramatizar. Sempre gostou, não seria agora que iria mudar. E todos irão te chamar de tola, e não entenderão os teus motivos e nem tentarão entender. E você não irá forçá-los a isso, porque você também não consegue entender. Têm coisas que são porque são, não adianta tentar teorizar. É como quando tentam te explicar porque o céu é azul; pra você ele é porque azul é uma cor que transmite paz, e o céu tá aí pra isso. É como se perguntar por que prefere o sorvete de chocolate ao de creme. É assim porque é.
E você é teimosa, ah, como é. Você sabe, eu sei, todo mundo sabe.
24 de junho de 2007
Falar de música sempre é uma tarefa complicada. Complicada porque são raras as vezes em que você se pergunta "por quê eu gosto desse tipo e não daquele?". Mas, vamos lá.
Eu acordo com música. No meu celular, o toque do despertador é Coldplay, para começar o dia calminha.
Levanto, ligo o computador e coloco música. Já algo mais animadinho, para não dar preguiça de ir pra aula: Pipettes, Cure, Beatles, na fase iê iê iê.
Vou pra aula ouvindo música no carro. Varia muito. She wants revenge, Damien Rice, Madeleine Peyroux e, mais recentemente, Charme Chulo.
Volto da aula ouvindo música. Chego em casa e ligo e computador de novo. Se vou fazer faxina, é tudo no último volume. Daí eu gosto de ouvir Arctic Monkeys, é bem divertido arrumar o quarto cantando.
E quando vai chegando hora de dormir, e eu já estou precisando relaxar, nada melhor que Smashing Pumpkins, Beatles, na melhor fase, e Sufjan Stevens.
Daí é só esperar tocar Coldplay, para começar tudo de novo.
Tudo de Blog
15 de junho de 2007
Enfim.
Já passam das três da manhã, eu estou há duas longas horas tentando pegar no sono e não consigo.
O motivo é o mais estúpido e complexo possível: final de semestre.
Eu nunca vou me cansar de reclamar dessas duas últimas semanas pré-férias. Sério, puta coisa chata.
Não é por menos que eu me sinto colocando um filho no mundo cada vez que entrego um dos 490 trabalhos que tenho pra fazer.
Então.
Daí como eu não consigo dormir, milhões de coisas ficam vindo na minha cabeça (ou eu não consigo dormir porque milhões de coisas vêm na minha cabeça?).
Normalmente, fico me agendando mentalmente: ok, amanhã às 11 vou ao salão, depois vou na reitoria buscar xerox. A uma da tarde almoço, venho pra casa, diagramo minhas páginas da revista, termino minha reportagem, ligo para as fontes da próxima reportagem...Deu pra entender?
Já fiz isso começando por amanhã até quarta feira nessas duas horas que tô ali, deitada.
Daí.
Uma vez uma amiga minha me ensinou uma técnica que costumava funcionar: quando esse monte de coisa começa a passar pela cabeça, o melhor jeito pra conseguir pegar no sono é se concentrar e pensar em uma parede branca. Pode ser azul, amarela, qualquer cor da sua preferência. Mas tem que ser uma parede limpa e sem nada nela.
Isso sempre funcionou.
O problema é quando tá tudo tão impossível que uma simples atitude como pensar em uma parede da cor branca te remete à pergunta "qual cor eu uso naquela página?" e depois na memorável frase de uma professora do primeiro ano: "que cor será que é o meu nome?"
É sinal de que a coisa TÁ FEIA.
O meu é vermelho.
E o seu?
10 de junho de 2007
Aliás, há muita coisa que eu não sei. E que não me adianta tentar descobrir, nunca vou conseguir. Por exemplo, tentar me lembrar do exato momento em que tudo se perdeu. Existem vários que me passam pela cabeça, mas nenhum é exato o suficiente para me dar a certeza: Sim, foi esse. Não, não há. Pode ter sido aquela noite em que acordei ao seu lado e você estava deitado de costas para mim e aquilo não me doeu como de costume. Pode ter sido o dia em que você me disse que não gosta de comédias românticas. Ou pode não ter sido nenhum momento exato, e então minha cabeça dá um nó. Às vezes penso que pode ter sido a sua mania de chamar todos os garçons de "campeão" ou de só conseguir dormir se estiver com as meias calçadas.
Não sei, desculpe. A única coisa que sei é que sumiram frio na barriga, ansiedade e planos. Os tantos planos. Perdeu-se tudo.
E junto eu me perdi, me desculpe novamente.
Mas não dá mais.
Tudo de Blog - Pauta 1021
5 de junho de 2007
Lembro que preferi trocar esse livro por um outro que era em formato de bate-papo de internet e que no final eles descobriam que havia um alienígina no grupo. Tipo, OOOOOOI?
Acho que me lembrei disso tudo por causa de um episódio de Grey's Anatomy que uma mulher tem um tumor não sei onde e que faz com que a produção de serotonina dela seja alterada e ela fique o tempo todo "nas nuvens". O marido dela já estava irritado e queria que aquilo passasse. Quando descobrem o tumor, ele diz "So, she's not that happy? Is she going to be normal, then?" .
Daí me deu uma coisa: é triste pensar que todas as nossas reações, nossas alegrias e frustrações, nossas depressões, enfim, todas essas sensações podem ser resumidas a uma ou outra substância ou neurotransmissor, ao excesso ou a falta de algum desses.
Maldita ciência desmistificadora.
28 de maio de 2007
23 de maio de 2007
Acordei 7h, atrasada, a aula começava 7h30 e eu sempre demoro vinte minutos só pra conseguir uma vaga e estacionar.
Mau humor? Que nada. Tava com um sorriso bobo na cara e nem sabia direito por quê. Depois de lavar a cara, lembrei: tive um sonho que durou, aparentemente, boa parte das quatro horas que eu dormi.
E o sonho era lindo, ele aparecia e me abraçava, e me fazia dar risada.
Daí tirei 4,5 na prova e fiquei puta.
Pronto, acabou a euforia.
Só pra registar, nome do dia: Roquete Pinto.
9 de maio de 2007
Quando a gente sai de um relacionamento, parece que tudo começa a ir de mal a pior. Seus amigos já não tem tanta graça, suas roupas não te caem tão bem quanto antes, as festas não te chamam mais tanta atenção. Diz-se sempre que a gente "perde o chão" quando termina um namoro, casamento, caso, sei lá.
Então começam a te dizer que com o tempo tudo passa, o velho clichezão Uma amiga minha me contou que, em francês, a expressão similar a essa é "o açúcar precisa de tempo para derreter", achei bem bonito. Por mais clichê que seja, convenhamos, é a realidade.
Não há nada que o tempo não cure, coração partido que não se remende, saudade que não amenize. E depois desse tempo, para alguns, meses, para outros, anos, décadas, que seja, a nossa memória fica tão seletiva que a gente começa a esquecer até alguns acontecimentos chatos daquele relacionamento: é verdade, as lembranças boas são, sim, as que ficam, por mais terrível que tenha sido o término.
Tem gente que prefere arrumar um substituto rapidinho, porque aí a dor é menor. Pois eu vou te contar uma coisa: não há nada como aprender que a melhor companhia que se pode ter é você mesmo. Não se trata de se isolar, se fechar num casulo. Mas de se sentir bem, gostar de ficar alguns minutos pensando e sem medo do que pode aparecer entre teus pensamentos.
Portanto, se eu pudesse vender um conselho, ele seria: faça as pazes consigo mesmo. Convide-se para o cinema, cozinhe um jantar gostoso, passeie. Não deixe o romance mais importante de todos morrer. O romance que se deve nutrir com nossa alma.
Se nada disso adiantar, vá a um pet shop e compre um gato.
Pauta 1019 - Tudo de Blog
7 de maio de 2007
Daí o coração fica seco, sem grandes esperanças de que algum dia alguém consiga atravessar a barreira construída em volta dele.
Até que um dia...
25 de abril de 2007
Peguei duas optativas na reitoria e passaria a manhã e a tarde toda lá, e tinha mais duas aulas, das 18h30 às 22h30, lá na Floresta.
Na primeira semana de aula, acordei às 6h30 da manhã, entrei no Orkut (cof cof, vício) e já deixei scrap pra Iasa, que ia fazer todas essas aulas comigo, dizendo que só continuaria naquela da manhã se a professora fosse excepecionalmente maravilhosa. Fui lá e a #$%@ da professora ERA tudo isso.
Então tá, acabei cancelando a da tarde, Sociologia da Cultura, e acabou que a disciplina que eu teria a primeira aula da noite ficou sem professor e estamos sem aula há um mês (jóia).
Pois lá vou eu, toda quarta, 7h30 da manhã assistir aula de (toma fôlego) Teoria Sociológica Contemporânea III.
Entre Adorno, Horkheimer, Benjamin e blá blá blá, a professora tem umas reflexões daqueles que são tipo "ó".
Nunca vou esquecer quando ela começou a falar sobre a burguesia revolucionária e disse "vamos transcender, mas bem vestidos".
Lindo.
Então hoje, enquanto estudávamos Indústria Cultural e mais especificamente cinema, ela começou a explicar sobre a idéia de que a modernidade cria a experiência de choque, que serve para "despertar" na classe média reflexão, crítica e transformação.
Então um aluno perguntou se imagens do tipo a da bomba de Hiroshima e dos atentados de 11/09 seriam um exemplo do tal choque.
E ela explicou que não, com uma frase brilhante (e que virou "quem sou eu" no meu orkut hahaha)
"A linha entre o sonho e a realidade é muito tênue quando tudo vira pesadelo"
22 de abril de 2007
Não porque não existam coisas para contar, mas é que percebi que elas se resolvem mais facilmente quando guardadas aqui dentro da caxola.
Descobrindo novas amizades e redescobrindo antigas. Trabalhando nas já duradouras com forças que vieram sei lá da onde.
Aprendendo a superar brigas tolas, desentendimentos idiotas.
Têm dias que a gente se esforça tanto pra que as coisas aconteçam, e elas não acontecem.
Daí quando você relaxa e resolve deixar fluir no ritmo certo, tudo começa a se encaixar.
Ontem teve formatura de Comunicação. Foi divertido, coisa e tal.
15 de abril de 2007
10 de abril de 2007
Eis que começamos a nos lembrar do tempo de colégio e percebemos como a gente esquece as coisas mais desagradáveis, as pessoas que nos incomodavam. Aquele menino que tirava sarro do seu óculos, ou o fato de nunca ser o primeiro escolhido pro time de futebol na Educação Física. E, pelo que eu entendi, isso tem nome: recalque.
Lembrei disso porque ontem durante uma conversa daquelas que só seriam possíveis de acontecer quando há bastante espaçamento de tempo, entre os fatos, e espaço, entre as pessoas. E percebi como eu racalquei tanta coisa que eu fiz quando não havia tal separação. Como eu simplesmente apaguei da minha memória todas as filhadaputagens e como eu era sádica e terrível com a pessoa. Como eu adorava vê-la sofrendo por mim e a torturava com umas coisas estupidamente infantis. Tudo bem, eu tinha 14 anos. Mas não explica, sabe?
E daí eu me vi na posição de babaca da história. E eu tinha esqueci que algum dia já estive nela e não só na de quem é passado pra trás.
Foi um baque bem grande. E foi ruim.
25 de março de 2007
Admito: no começo eu fiquei "meio assim", esperando aquele sermão do porquê não devemos comer carne e de como os animais são amigos, e não comida.
Mas não foi nada disso.
Ela me ensinou a comer carne de soja e ver que é bem gostoso e uma boa opção, mais saudável inclusive. Me ensinou também que o creme de leite de soja não afeta em nada o gosto do molho branco e que o brigadeiro feito com o leite condensado é delicioso.
E ela não fazia discursos, não dava lições de moral. Quando eu quisesse poderia fazer o meu bifão acebolado.
Esse foi o maior contato que tive com essa tribo, e foi bem legal. Quero acreditar que todos são assim, igual a minha amiga. Entendo o lado deles, mas também espero que eles entendam o meu.
Meu sangue é tipo O, o sangue do homem mais primata de todos, que caçava pra comer. Infelizmente. Ou não.
Tudo de Blog: Pauta 1016
22 de março de 2007
Os presentes, o bolo (vegan e delicioso), os telefonemas, as rimas, o cartão improvisado, os imãs (que estão na geladeira, pra todo mundo ler), o parabéns em uma só voz. Lindo, lindo.
Foi tudo bem legal.
Matei aula de tarde, não tive a primeira aula da noite. Tudo conspirando a meu favor.
VALEU AE, BRASIL!
20 de março de 2007
Amanhã eu faço 20 anos. Vinte. Faltam 10 anos pra eu fazer 30. É meio assustador, sabe?
Disseram por aí que depois dos 20 as coisas melhoram. Devo dizer que por enquanto o meu 2007 está sendo melhor que o meu 2006. Tenho ânimo pra fazer minhas coisas, acordo mais cedo, faço academia, como melhor e assisto aulas direitinho.
Quando eu fiz 10 anos, fiquei toda feliz que já tinha completado as duas mãos. Agora completo mais os dois pés.
E lembre-se: o contrário da espiral do silêncio é a brochura da tagarelice. (Ministério da Saúde adverte: evite permanecer mais de 10 minutos próximo ao Lucas)
Fim.
19 de março de 2007
qualquer tipo de fobia,
que tenho pena de mim.
e que por isso gosto de me arrastar por aí, por debaixo da dor
implorando por afeto.
dizem também que mantenho uma certa distância
que dura mais ou menos dois copos,
mas que depois me solto.
e sou capaz de ir pra casa mais próxima
com quem quer que seja
em busca de um pouco mais...
...e de aconchego"
(OAEOZ - Dizem)
Daquelas músicas que você ouve por acaso, numa rádio online, e se pega pensando nela o resto da noite.
15 de março de 2007
- Flávia, o seu grande problema é que você sempre fica amiga, e muito amiga, de todos os caras que conhece, antes mesmo de pensar se ele é interessante ou não pra ter alguma coisa a mais.
Durante toda semana essa frase ficou martelando na minha cabeça. Antes não via isso tanto como um "problema", mas é que a Flávia 2007 não suporta mais a situação.
É sempre assim: eu conheço e pouquíssimo tempo depois eles já estão me contando as suas vidas amorosas, falando das namoradas, ficantes e afins, chorando as pitangas e eu ouvindo, conversando sobre, exercitando meus neurônios pra tentar achar uma solução para os problemas deles.
Só que chega uma hora que isso total enche o saco. Amiga-confidente de cu é rola, e eu cansei de ser a melhor amiga de todos eles.
Cansei de ser vista da mesma maneira que eles vêem os "camaradas" e ser tratada com um menininho.
Mesmo porque eu sou, e muito, menininha. Daquelas que choram vendo uma propaganda do Bradesco e ouvindo Damien Rice no trânsito. Meu coração é besta demais e minha cabeça é uma fábrica de crises e amores e besteiras.
Daí hoje lembrei de mais uma frase que me foi dita quando estava na 8ª série, por meu professor de História:
- A diferença entre amor e amizade é que o amor é uma amizade com sexo.
Cansei da falta de.
(Sente a diferença de um post pro outro? Pois é. Inferno astral, TPM e biscoito da sorte sem sorte dentro. Maravilha, Alberto)
6 de março de 2007
1 de março de 2007
Tudo de blog
Eu poderia falar das camisetas de minhas bandas preferidas que tenho, ou daquelas que comprei há uns cinco anos e não deixo minha mãe jogar fora, por mais que estejam um trapo. Ou então, quem sabe, das que passam mensagens bacanas do tipo “comam vegetais”.
Mas quando eu penso nas camisetas que me marcaram, o que primeiro me vem à cabeça são os meus anos de colégio. Não que eu sinta falta de usar uniforme, credo. É que, como todo aluno que se preze, eu passava o ano de estudo esperando pelo último dia de aula, e é desse dia que eu tenho saudade.
Canetinhas à mão, reuníamos todos os amigos e colegas e um assinava a camiseta do outro. Podia ser só o nome, ou alguma mensagem mais elaborada, e, às vezes, sobrava espaço para um desenho no melhor estilo “eu não sei desenhar”.
Tenho todas essas minhas camisetas guardadas, numa gaveta especial do meu armário. Já me arrisquei a pegá-las algumas vezes...difícil é não lembrar das coisas legais. (Desculpem o sentimento saudosista)
Mesmo não podendo usá-las, pois elas não são esteticamente viáveis, essas são as minhas preferidas, sem dúvida.
7 de fevereiro de 2007
O escolhido foi A Insustentável leveza do ser, de Milan Kundera. Já tinham me falado bastante sobre, sabia que em algum lugar daqui de casa o tal livro estava escondido e quando encontrei, não pensei duas vezes.
Pois é. Hoje, acordei 9 da manhã e fui pro salão fazer escova francesa(!), daí pra me sentir um pouco menos fútil por passar 6 horas sentada lendo Caras (e quem lê Caras não vê coração), levei meu livrinho querido debaixo do braço. Consegui dar uma boa adiantada e entre as aplicações de produtos fedidos e pranchadas e puxa aqui-estica ali, eu dava uma suspirada com as coisas bonitas que lia.
Aiai..
"Seu primeiro pensamento foi: ele voltara por sua causa. Por sua causa havia mudado de destino. Agora, não seria mais ele o responsável por ela; de agora em diante seria ela a responsável por ele.
Essa responsabilidade parecia-lhe acima de suas forças.
Depois lembrou-se: ontem ele aparecera na porta do apartamento e alguns momentos depois, de uma igreja de Praga, soaram as seis horas. AS primeira vez que se encontraram, ela terminara o serviço às seis horas. Ela o via diante de si, sentado num banco amarelo, e escutava o badalar dos sinos.
Não, não era superstição, era o sentido da beleza que, de repente, a libertava da angústia e a invadia com um desejo renovado de viver. Mais uma vez, os pássaros do acaso haviam pousado sobre seus ombros. Tinha lágrimas nos olhos e estava infinitamente feliz por ouvi-lo respirar a seu lado."
"Então por que repetia consigo mesmo a cada dia que sua amiga ia deixá-lo? Não encontro outra explicação senão a de que o amor não era para ele o prolongamento, mas sim a antítese de sua vida pública. O amor era para ele o desejo de se entregar às vontades e caprichos do outro. Aquele que se entrega ao outro como um prisioneiro de guerra deve antes entregar todas as armas. Vendo-se sem defesa, não pode deixar de se indagar quando virá o golpe. Posso, portanto, dizer que o amor era para Franz a espera contínua do golpe que iria atingi-lo."
27 de janeiro de 2007
Cheguei na segunda de manhã e já de tarde viajei de novo. Pousadão 2007, com Evandro, Daiany e Daniel. Foi óóóótimo.
Nadar no rio é uma das delícias da vida.
Entre os diversos casos do Scotland Yard e as mímicas do Imagem & Ação, tivemos tempo para colocar todos os assuntos em dia, ter conversas que realmente fazem diferença e perceber como algumas coisas nunca vão mudar.
Pro primeiro mês do ano, tá tudo muito legal. Muito mesmo.
2 de janeiro de 2007
Penso que todo o alvoroço que fazem em cima da data é um tanto quanto exagerado. Deixam a gente com a impressão de que tudo que aconteceu no ano que tá terminando, fica no passado. Acabou, assim, de repente. Mas nós sabemos que não é BEM assim.
São poucas as coisas que mudam, pra não dizer que muda quase nada.
2006, o ano que poderia ter sido, mas não foi. Sabe?
Então. Começou com um bilhão de notícias boas e conquistas, que pareciam indicar o ano maravilhoso que vinha. Mas...né.
Tive uma daquelas paixões que fazem a gente perder o rumo (e a respiração), chorar até a cabeça doer, comprar um pote de sorvete de flocos pra comer de madrugada e passar os sábados vendo qualquer besteirol romântico locado na blockbuster.
Se tudo isso passou? Welly, welly, well. Há algumas semanas comecei a desconfiar que sim, agora passou, de verdade.
Vi menos shows do que gostaria, saí bem menos do que gostaria e diminuí drasticamente a quantidade de álcool ingerido, aumentando, no entando, o de cigarro.
Fiz amigos novos e acho que isso foi, sim, a coisa mais legal que me aconteceu no ano.
2007.
A única promessa feita pra esse ano, contrariando a minha mania (insuportável) de prometer coisas, foi a de cuidar primeiro de mim. Retomar minha saúde mental, ativar novamente os neurotransmissores. E comer mais vegetais.
Pra daí, quem sabe depois disso tudo, eu conseguir cuidar de outra pessoa.
É isso.
Feliz 2007.