1 de abril de 2009

mudou tudo

PRA CÁ

1 de novembro de 2008

Estive doente
doente dos olhos, doente da boca, dos nervos até.
Dos olhos que viram mulheres formosas
da boca que disse poemas em brasa
dos nervos manchados de fumo e café.
Estive doente
estou em repouso, não posso escrever.
Eu quero um punhado de estrelas maduras
eu quero a doçura do verbo viver.

-
anônimo

25 de outubro de 2008

Cansei de ser triste. Cansei porque não há mais motivos pra tanta tristeza, não há reclamações a fazer. Talvez um ou outro probleminha aqui ou ali, mas que consigo dar um jeito e resolver numa boa. Às vezes surge algo que me estraga um ou dois dias, mas todos os outros são legais, divertidos e bonitos. Então parou a choradeira.

Tenho redescoberto o prazer nas pequenas coisas, tipo um almoço com uma amiga ou ouvir The Doors deitada na cama, ou o vento gelado depois de um dia de muito calor. E esses prazeres têm feito meus dias serem bons.

A única coisa que realmente me incomoda está a caminho de ser definitivamente resolvida, e eu acredito que depois disso todo o resto vai se acertar. Esse restinho de insegurança, de carência. Vai tudo melhorar.

A mãe sempre me diz que eu tenho tendência a me vitimizar. Cansei disso e agora eu quero correr atrás do que eu acredito, do que eu gosto, de quem eu gosto, do que eu preciso. Não serve de nada ficar esperando as coisas caírem no meu colo ou ficar lamentando que a grama do vizinho é mais verde.

Uma série de clichês, mas aprendi com Caio Fernando Abreu que as coisas inexplicáveis necessitam dos clichês para chegar o mais perto possível de uma explicação.

É isso.

12 de outubro de 2008

O que eu quero dizer
E vê se me entende dessa vez
É que são tantas perguntas que atropelam minha vontade de raciocinar;

2 de outubro de 2008


Zé Chico, alongando-se since 1952 e achando pochete o acessório mais prático do mundo até hoje (mesmo rodeado por quatro mulheres com bolsa).
Parabéns, paizão. Mais um ano te amando muito.

28 de setembro de 2008

Depois que a Elisa passou a estar presente em tudo na minha vida, roubei algumas manias e vícios dela. Por exemplo, hoje eu tenho um problema enorme quando vejo que o volume da televisão não está em um número divisível por cinco. Mas de tudo, o que essa Elisa mais me fez viciar foi em download e seriados. Atualmente, nem consigo me lembrar de cabeça quais são os seriados que acompanho, preciso sentar e fazer uma planilha no excel (tipo a que a Elisa fez) para daí eu não me perder.

Enfim, existem alguns critérios para eu gostar ou não de um seriado. Primeiro eu preciso gostar dos personagens, mais do que da história em si. Por exemplo, eu acho a história de Veronica Mars bem bestinha, mas a Veronica Mars é muito legal e eu assisti só porque gostava muito dela. Aí tem casos como Lost. Acho que Lost é muito mais história do que personagens, a trama é muito boa. O único personagem que me deixa louca é o Ben.

E aí tem Grey’s Anatomy. Essa sim, passa por cima de tudo, atropela qualquer uma e é, sim, a série que mais gosto de todas. Os personagens são todos incríveis, a história é muito bem contada e é tudo lindo. Não tem um episódio que não me faça dar um suspiro quando aparecem os créditos, não tem uma frase da Meredith que não me faça pensar em coisas muito maiores. Enfim, é a coisa mais linda desse mundo. E acho que toda mulher nessa vida tem um momento Meredith. Ou pelo menos deveria ter, porque toda mulher merece um Derek na vida.

Só para exemplificar, treine seu inglês em poucos minutos:

"At some point, you have to make a decision. Boundaries don't keep other people out. They fence you in. Life is messy. That's how we're made. So, you can waste your lives drawing lines. Or you can live your life crossing them. But there are some lines... that are way too dangerous to cross."

"At the end of the day faith is a funny thing. It turns up when you don't really expect it. Its like one day you realize that the fairy tale may be slightly different than you dreamed. The castle, well, it may not be a castle. And it's not so important happy ever after, just that it's happy right now. See, once in a while, once in a blue moon, people will surprise you, and once in a while people may even take your breath away."

"Maybe we like the pain. Maybe we're wired that way. Because without it, I don't know; maybe we just wouldn't feel real. What's that saying? Why do I keep hitting myself with a hammer? Because it feels so good when I stop."

"Intimacy is a four syllable word for, "Here's my heart and soul, please grind them into hamburger, and enjoy." It's both desired, and feared. Difficult to live with, and impossible to live without. Intimacy also comes attached to the three R's: relatives, romance, and roommates. There are some things you can't escape. And other things you just don't want to know."

"Okay, here it is, your choice... it's simple, her or me, and I'm sure she is really great. But Derek, I love you, in a really, really big pretend to like your taste in music, let you eat the last piece of cheesecake, hold a radio over my head outside your window, unfortunate way that makes me hate you, love you. So pick me, choose me, love me."

acordei no meio da noite e quando olhei para a parede recuada, que fica ao lado da cama, vi que ela estava cheia de bolhinhas, umas pequenas, outras enormes. "merda", pensei, "preciso resolver esse problema de infiltração essa semana sem falta". como eu não me aguento e se vejo qualquer bolhinha tenho vontade de estourar, comecei a cutucar a parede. dentro de cada bolhinha havia uma minúscula flor, e quando a bolha explodia uns pós coloridos se espalhavam pelo quarto. foi bonito.
sempre tenho esses sonhos quando durmo bêbada, sonho que estou dormindo e acordo dentro do sonho e eu tenho controle de tudo. é a melhor viagem de todas.

23 de setembro de 2008

amada amanda

Queria te agradecer (não me impeça, não venha dizer que não precisa disso). Te dizer “muito obrigada” por ser exatamente tudo que você é e por entender parece que tudo que eu mostro ser, e vasculhar aqueles cantinhos onde eu escondo o resto todo. Agradecer por me receber de braços abertos todas as vezes em que fujo e corro até você, e você me dá colo, comida e um abraço. E o jeito que, sem perceber, você diz as coisas mais bonitas e exatamente aquilo que eu preciso ouvir. E que nem sempre é o que eu quero, e eu me chateio, mas logo em seguida você dá um jeito de mandar a tristeza embora, me oferecendo mais uma colherada de beijinho direto da panela e mostrando como, no final, as coisas acontecem por um motivo, uma razão, e que não adianta a gente tentar controlar isso, uma hora ou outra tudo se acerta.

Por deixar eu te ligar só pra mandar você ir olhar a lua, que tá mais linda do que nunca, e por me agüentar por um dia inteiro sem fazer com que eu me sinta entediada por um minuto que seja. Obrigada, muito obrigada, por me mostrar que as pessoas são insubstituíveis, mas que a gente, cada um no seu tempo, aprende a conviver com a saudade, com o vazio que elas deixam quando vão embora sem aviso prévio, e que aos poucos a gente vai recolhendo os caquinhos do nosso coração pelo chão (como você costuma dizer).

E te dizer, depois de tudo isso, que você é das mais especiais, que tem muito azar quem não te conhece. Eu achava que já havia conhecido gente demais, que do jeito que era estava bom o suficiente. Até você aparecer e mostrar que há um mundo todo aí pra gente conhecer, e me dar a mão e dizer “vamo junto!”.

E, sabe, se isso não é exatamente tudo o que amizade é, então, sei lá, alguém me explica aí.

22 de setembro de 2008

zeca

baby
o que mais importa
a poesia está morta
mas juro qua não fui eu
tudo à minha volta são reclames
desejos
vãos
e sóis
tudo à minha volta são reclames
desejos
vãos
e só

17 de setembro de 2008

pois eu, querido Amarante, te digo o exato contrário: o esforço pra esquecer é a vontade de lembrar.
mas concordo contigo quando diz que se a gente já não sabe mais rir um do outro, só resta chorar.

14 de setembro de 2008

A essa hora do dia (alguns minutos passados das 18h) entra pela minha janela um feixe de luz laranja. Escancaro a cortina para que a cor tome todo o quarto, me sento na cama, que fica em frente à janela, e olho para fora, com os olhos apertados por causa da luz. É sempre bonita essa hora do dia, especialmente aos domingos, quando as buzinas e freadas dão uma trégua ali na avenida. E eu fico aqui, só sentada escutando o silêncio, sentindo a luz laranja.





“Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.”




Aqui só anoitece.

12 de setembro de 2008

você é tão mais do que isso. fico pensando quando é que vai se libertar dessa cara emburrada que te afasta de tudo, desse seu mau humor constante, dessa canseira que você sente das pessoas, da vontade de dormir e acordar daqui uns dois meses e esperar que esteja tudo melhor. você já foi muito melhor, você é muito melhor do que tem sido. já foi melhor amiga, já soube escutar mais, já se sentiu mais bonita, mais inteligente, mais capaz. agora fica aí, se escondendo em letras de música, em poesia, tudo por medo de mostrar o que você é. você não mudou, continua a mesma menina coração mole, que chora à noite por estar sozinha, que vive imaginando como tudo seria mais fácil se tivesse alguém para abraçar no final do dia. mas fica aí, se fazendo de forte, encarando o que for que te ofereçam. você sabe que não é isso que quer, sabe que no fundo precisa de muito mais para poder deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz. não tente colocar a culpa nos outros, porque ninguém é mais responsável pelo seu rumo que você. não culpe a falta de sensibilidade dos homens, ou a correria dos seus dias, não culpe sua turma de amigos por ser fechada demais, nem as suas amigas por serem mais bonitas que você. pare de se justificar nessas coisas tão pequenas. você diz que os dias cinzas são feios, mas na verdade são seus preferidos, porque te completam, combinam com o que escolheu fazer da sua vida, da sua alma. então enquanto for desse jeito, pare de me procurar, tirei férias de você.

8 de setembro de 2008



Amores requentados, feito pão dormido, vêm do microondas.
E o bom e velho gosto de romance antigo é sempre bom de recordar.

(o café preto, a risada escandalosa, o carinho no joelho, o encaixe das mãos, o beijo quente, o abraço, conversas na cama, beijinho de bom dia, pra quê conversar sério? vamos dar risada, dividir um cigarro, o frio, meu cobertor de orelhas mais antigo e mais gostoso e mais bonito e mais legal)

Flores que você traz pra me dar...
Eu não preciso disso pra lembrar.
Lembro cada beijo que eu te dei, só pra lembrar, só pra lembrar, só pra lembrar mais um.

(o primeiro, o último, o com raiva, o na chuva, o depois de tanto tempo, o de saudade, o de despedida, o com gosto de cerveja e cigarro, os muitos com gosto de cerveja, os escondidos, o melhor beijo que eu beijei)

6 de setembro de 2008

5 de setembro de 2008

São poucas as coisas que me tiram realmente do sério. Eu já fui bem mais esquentadinha, mas hoje em dia é preciso muita cretinice pra me deixar puta da vida. Pois bem, parabéns, conseguiram.
Sabe, tudo que eu quero quando chego em casa depois de 11 horas fora dela é um banho quentinho. Não fodam com o meu banho quentinho, pelo amor de deus. Acontece que nessa porcaria de condomínio, alguém teve a brilhante idéia de fazer o sistema de aquecimento com aqueles aquecedores elétricos, que acumulam a água, esquentam e só depois é a distribuição. Além desse troço ser feio pra cacete, ficar dentro do meu quarto e eu perder uma parede com isso, essa porcaria gasta O TRIPLO de energia e dá mais problema que sei lá, alguma coisa que dê muito problema. Eu moro aqui há menos de um ano e já gastei mais de R$350,00 arrumando essa merda. Primeiro queimou a resistência. Ok, fomos lá e trocamos. Depois simplesmente PAROU de sair água quente da torneira. Tipo, nem uma gota. Ok, fizemos a limpeza dos canos que estavam entopidos.
Daí hoje eu chego, depois de um dos piores dias da minha vida, e novamente não tenho água quente. Nem uma mísera gotinha.
Então comecei a ligar os pontos. Da última vez que aconteceu isso, tinham feito limpeza na caixa d'água do prédio no mesmo dia. Hoje de manhã limparam a caixa d'água novamente. Acontece que não faz nem três meses que isso aconteceu e eu não tô afim de gastar DE NOVO com isso, então fui reclamar com o porteiro e ele me tratou com um descaso sem tamanho. Ele disse que podia ter relação, sim, mas que aí problema meu, só comigo aconteceu isso no prédio. Beleza, mas se pode ter relação, então eles não teriam que arcar com isso? Não. Eu que devia ter desligado o aquecedor. Então eles não deveriam ter avisado isso? Deveriam, mas claro que não avisaram.

Sei que são oito da noite, e eu PRECISO do meu banho quentinho para manter minha sanidade. Dei uns oito murros na parede e tô com a mão doendo. Descontrolei.

3 de setembro de 2008

Tem vez que é preciso dar um passo pra trás pras coisas se acertarem. Foi o que eu fiz, voltei atrás, não me arrependi e agora tudo parece muito mais claro. Como se depois de anos numa situação que beirava o incompreensível a ficha tivesse caído. E tudo ficou muito mais fácil desde então. Finalmente consegui entender que nem tudo precisa ser definitivo, imediato e extremo. Levar tudo numa boa, mas não deixar a vida te levar.