14 de abril de 2008

Dia desses uma amiga postou no Twitter algo como "fazendo planos pra daqui dois anos. é ótimo sentir que eles fazem sentido". Mais tarde fui perguntar que planos eram esses e ela disse que eram os de depois da formatura, que ela iria fazer tal e tal coisa e já estava super decidida quanto a isso. Aí veio a pergunta, né, de quais eram os meus planos pra daqui dois anos, depois de receber o canudo.
E o fato é que eu não tenho plano algum, eu tenho idéias e vontades, mas ainda não tracei nenhuma meta ou escolhi algo concreto pra fazer. E a verdade é que não me sinto nem um pouco mal por causa disso, não me sinto adiando minhas responsabilidades ou fugindo da vida de adulto.

Mas eu não tenho essa vontade louca de sair por aí lutando pela melhor vaga no melhor jornal da cidade. Eu tenho 21 anos ainda. Eu sou nova, eu quero conhecer muita coisa, quero estudar muita coisa ainda, quero viajar, encontrar pessoas novas e descobrir aquele barzinho escondido com o melhor bolinho de bacalhau do mundo.
Pode ser que, sim, isso me torne uma grande filhinha da papai, mas acho que se existe a possibilidade de fazer essas coisas, por que não aproveitar? Pra que me jogar nesse mundo insano em que se cumpre um tanto de horas de trabalho, se volta pra casa quase na hora de dormir de novo pra no outro dia fazer tudo exatamente igual? Eu prefiro deixar isso pra um pouco depois desses dois anos que me faltam antes de ser uma profissional do jornalismo.

Então por enquanto eu prefiro deixar meus planos em stand-by e e vou atendendo mais minhas vontades. Talvez eu fique pra trás do resto da turma, mas tomar essa atitude é algo que eu preciso, e muito, pra manter minha sanidade.

7 de abril de 2008

Acordo sempre atrasada para a aula. Mas faço isso de propósito.
Depois que me mudei pra mais perto do campus, se a aula é 8h30, eu acordo 8h20, me arrumo tranquilamente e saio de casa umas 8h40. Todo dia eu faço assim.

Já tenho quase dois anos de carteira, mas aindo sinto frio na barriga quando vou tirar o carro da garagem. Mudei de vaga recentemente e isso só piorou meu nervosismo. A nova vaga é mais apertada e eu preciso tirar o carro de ré. Odeio.

Acendo o primeiro cigarro do dia no caminho pra faculdade. Como já estou atrasada, não posso chegar lá e esperar que o Chico esteja do lado de fora fumando um cigarro para me acompanhar. Logo, preciso fumar no carro, o que eu não gosto muito, já que tem vez que vou bater a cinza e ela voa pro lado de dentro e o carro fica sujo.

Volto pra casa e já programo que horas eu vou sair para almoçar no restaurante aqui do lado de casa. E já penso no que eu estou com vontade de comer, pra não chegar na fila do buffet e ficar nervosa por não saber o que escolher.

Sempre que saio do restaurante, ao invés de fazer o caminho mais curto, dou uma volta na quadra inteira pra passar na quitanda que tem do outro lado.

Se tenho mais alguma aula no resto do dia, já penso com que roupa vou, que horas vou sair de casa, o que eu preciso levar e deixo tudo organizado. Isso foi o mais difícil pra mim, rainha da desordem. Mas depois de esquecer diversas vezes textos, anotações, cadernos e contas a pagar em casa, precisei me disciplinar.

Todo dia antes de dormir eu preciso assistir algum seriado. É o meu jeito de me desligar e dormir melhor. Se eu for do MSN pra cama, eu fico horas sem conseguir dormir. Se eu vejo um seriado, 20 minutos e eu já estou capotada.

Arrumo meu quarto todo dia, mas ele está sempre bagunçado. Os tênis estão sempre espalhados, junto com as meias, o dinheiro e as calças jeans.

Dentro da minha desordem, arrumei um jeito ordenado de sobreviver. Odeio quando algo sai da minha rotina, não gosto de precisar reprogramar a minha semana que está tão redondinha e certa.
Morar sozinha não é fácil, mas tem lá seus lados bons: faz três anos que eu escolho a marca do meu sabonete.