25 de junho de 2007

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E é claro que eu sei, eu sempre soube. Desde o primeiro dia eu disse: Flávia, não faça isso. Você vai se machucar, e a ferida não vai se fechar tão cedo. Será uma daquelas que você arranca a casquinha para que ela volte a sangrar, sempre E se algum dia houver qualquer sinal de cicatrização, você irá olhar pra ela e pensar "droga, não era pra isso acontecer". Porque você gosta disso. Gosta de sofrer, dramatizar. Sempre gostou, não seria agora que iria mudar. E todos irão te chamar de tola, e não entenderão os teus motivos e nem tentarão entender. E você não irá forçá-los a isso, porque você também não consegue entender. Têm coisas que são porque são, não adianta tentar teorizar. É como quando tentam te explicar porque o céu é azul; pra você ele é porque azul é uma cor que transmite paz, e o céu tá aí pra isso. É como se perguntar por que prefere o sorvete de chocolate ao de creme. É assim porque é.
E você é teimosa, ah, como é. Você sabe, eu sei, todo mundo sabe.


24 de junho de 2007

Let the music take control

Falar de música sempre é uma tarefa complicada. Complicada porque são raras as vezes em que você se pergunta "por quê eu gosto desse tipo e não daquele?". Mas, vamos lá.
Eu acordo com música. No meu celular, o toque do despertador é Coldplay, para começar o dia calminha.
Levanto, ligo o computador e coloco música. Já algo mais animadinho, para não dar preguiça de ir pra aula: Pipettes, Cure, Beatles, na fase iê iê iê.
Vou pra aula ouvindo música no carro. Varia muito. She wants revenge, Damien Rice, Madeleine Peyroux e, mais recentemente, Charme Chulo.
Volto da aula ouvindo música. Chego em casa e ligo e computador de novo. Se vou fazer faxina, é tudo no último volume. Daí eu gosto de ouvir Arctic Monkeys, é bem divertido arrumar o quarto cantando.
E quando vai chegando hora de dormir, e eu já estou precisando relaxar, nada melhor que Smashing Pumpkins, Beatles, na melhor fase, e Sufjan Stevens.
Daí é só esperar tocar Coldplay, para começar tudo de novo.

Tudo de Blog


15 de junho de 2007

I should be sleeping like a log

Enfim.
Já passam das três da manhã, eu estou há duas longas horas tentando pegar no sono e não consigo.
O motivo é o mais estúpido e complexo possível: final de semestre.
Eu nunca vou me cansar de reclamar dessas duas últimas semanas pré-férias. Sério, puta coisa chata.
Não é por menos que eu me sinto colocando um filho no mundo cada vez que entrego um dos 490 trabalhos que tenho pra fazer.

Então.
Daí como eu não consigo dormir, milhões de coisas ficam vindo na minha cabeça (ou eu não consigo dormir porque milhões de coisas vêm na minha cabeça?).
Normalmente, fico me agendando mentalmente: ok, amanhã às 11 vou ao salão, depois vou na reitoria buscar xerox. A uma da tarde almoço, venho pra casa, diagramo minhas páginas da revista, termino minha reportagem, ligo para as fontes da próxima reportagem...Deu pra entender?
Já fiz isso começando por amanhã até quarta feira nessas duas horas que tô ali, deitada.

Daí.
Uma vez uma amiga minha me ensinou uma técnica que costumava funcionar: quando esse monte de coisa começa a passar pela cabeça, o melhor jeito pra conseguir pegar no sono é se concentrar e pensar em uma parede branca. Pode ser azul, amarela, qualquer cor da sua preferência. Mas tem que ser uma parede limpa e sem nada nela.
Isso sempre funcionou.
O problema é quando tá tudo tão impossível que uma simples atitude como pensar em uma parede da cor branca te remete à pergunta "qual cor eu uso naquela página?" e depois na memorável frase de uma professora do primeiro ano: "que cor será que é o meu nome?"
É sinal de que a coisa TÁ FEIA.

O meu é vermelho.

E o seu?



10 de junho de 2007

E você pode pensar que é covardia, e em quão péssima pessoa eu sou, mas de todas as maneiras possíveis de te dizer o que eu preciso dizer, essa era a mais fácil. Talvez por eu não precisar te olhar dentro dos olhos enquanto digo. Bem, você sabe que seus olhos são os responsáveis por boa parte de tudo que temos. Ou tivemos, não sei mais.
Aliás, há muita coisa que eu não sei. E que não me adianta tentar descobrir, nunca vou conseguir. Por exemplo, tentar me lembrar do exato momento em que tudo se perdeu. Existem vários que me passam pela cabeça, mas nenhum é exato o suficiente para me dar a certeza: Sim, foi esse. Não, não há. Pode ter sido aquela noite em que acordei ao seu lado e você estava deitado de costas para mim e aquilo não me doeu como de costume. Pode ter sido o dia em que você me disse que não gosta de comédias românticas. Ou pode não ter sido nenhum momento exato, e então minha cabeça dá um nó. Às vezes penso que pode ter sido a sua mania de chamar todos os garçons de "campeão" ou de só conseguir dormir se estiver com as meias calçadas.
Não sei, desculpe. A única coisa que sei é que sumiram frio na barriga, ansiedade e planos. Os tantos planos. Perdeu-se tudo.
E junto eu me perdi, me desculpe novamente.
Mas não dá mais.

Tudo de Blog - Pauta 1021

5 de junho de 2007

Eu sempre desconfiei de gente feliz demais, sabe. Daquelas que tão sempre, mas sempre MESMO sorrindo e em um estado de euforia constante. Me irritava muito, eu não conseguia entender como é que elas conseguiam ser assim. Eu não consegui ler Pollyana quando tinha 13 anos até o final porque O Jogo do Contente me irritava. Não lembro direito qual era a situação, mas tinha algo a ver com muletas e paralisia e ter pernas ou não. E bonecas e presentes. Sei lá, faz tempo.
Lembro que preferi trocar esse livro por um outro que era em formato de bate-papo de internet e que no final eles descobriam que havia um alienígina no grupo. Tipo, OOOOOOI?

Acho que me lembrei disso tudo por causa de um episódio de Grey's Anatomy que uma mulher tem um tumor não sei onde e que faz com que a produção de serotonina dela seja alterada e ela fique o tempo todo "nas nuvens". O marido dela já estava irritado e queria que aquilo passasse. Quando descobrem o tumor, ele diz "So, she's not that happy? Is she going to be normal, then?" .

Daí me deu uma coisa: é triste pensar que todas as nossas reações, nossas alegrias e frustrações, nossas depressões, enfim, todas essas sensações podem ser resumidas a uma ou outra substância ou neurotransmissor, ao excesso ou a falta de algum desses.
Maldita ciência desmistificadora.