31 de agosto de 2007

Odeio quando me sinto vivendo em um teste de revista adolescente.

"É sexta-feira e você programou uma balada ótima com as amigas para de noite. Mas você acorda com uma espinha no nariz e isso te deixa surtada. O que você faz?
a) Espreme a espinha.
b) Desiste da balada.
c) Passa muito corretivo."

Triste.

27 de agosto de 2007

Bagaceira, baby

Eu sempre soube que eu sou normal. Não tenho um cabelo maravilhoso, nem olhos azuis e lindos e muito menos um corpinho de parar trânsito. Sempre me coloquei no meu lugar e nunca fui a primeira que os meninos olham em uma festa quando estou com as minhas amigas. Mas tem dia que resolvem esfregar isso na minha cara.
Em um certo verão, fui pra Florianópolis com a família e amigos da família. Estávamos almoçando em um restaurante, conversando, tomando caipirinhas quando, de repente, entram três mulheres: a mãe e duas filhas. As três com um bronzeado perfeito, pulseiras de prata até o cotovelo, cabelos lisos e hidratados e de um loiro espetacular. Elas sentaram, almoçaram uma saladinha e tomaram água com gás. Eu fiquei tipo hipnotizada com aquelas mulheres. Todo mundo do restaurante ficou, na verdade.
Mas, então, quando elas se levantaram pra ir embora, todo mundo percebeu: não sabiam andar de salto.

20 de agosto de 2007

Ontem acordei depois das 16h com aquela sensação esquisita que dá quando parece que a gente sonhou uma noite inteira um sonho só, e consegue se lembrar de cada cena, cada palavra, cada pessoa que aparecia nele.
Eu e ele estávamos juntos, namorando e felizes. Até o dia em que o vi beijando uma outra menina, uma ex-namorada qualquer e o meu mundo desabou. E eu dizia que não era para ele me procurar nunca mais. Ele insistia, pedia mil desculpas, dizia que não conseguia se imaginar sem estar comigo. Depois de horas de conversa, concordávamos em dar mais uma chance praquela relação tão legal que a gente vinha construindo.
Depois disso, eu o observava de longe, cada pessoa que vinha conversar com ele e ele ignorava e vinha atrás de mim. Cada palavra e declaração que ele me fez para me reconquistar. Tudo.
Depois de algum tempo tentando suportar essas coisas, percebi que não dava mais e eu fui lá e disse chega. Quando todo o primeiro encanto se quebra, é muito difícil juntar todos os cacos.

Da hora que eu acordei até quase a hora e que fui me deitar de novo, fiquei pensando em tudo isso. Tentando achar a coragem que eu tive no sonho. E achei.
Uma parte dela, ao menos.
E agora só peço para que ela não desapareça.

12 de agosto de 2007

Final de semana passado, a gente tava em algum lugar, tomando alguma coisa e tendo algum tipo de papo cabeça.
Eis que Cássia pede a atenção de todos. O clima de mistério é criado.
- Sabe uma parada foda?
O silêncio toma conta, olhares são trocados. Suspense.
- A Revolução Farroupilha.

8 de agosto de 2007

Dia desses eu estava indo em direção ao Portão, pela Av. Presidente Kennedy. Era só seguir reto que eu chegava lá. Mas daí eu fiz uma conversão desnecessária e me perdi.
Só sei que fui parar nuns becos, entrei em desespero e comecei a chorar, sozinha, dentro do carro.

Dia desses eu estava na sala de espera de um consultório médico e uma família entrou: mãe, pai e a filha, que devia ter uns quatro ou cinco anos. Eles sentaram todos juntos e pegaram uma Caras para ler, todos juntos também. Tinha um reportagem sobre o Roberto Justus e a namorada, não sei quantos anos mais nova. Daí a filha disse para a mãe:
- Mamãe, que moça bonita, esse é o pai dela?
- Não, filha, é o marido. Ele é velho...mas tem dinheiro.
- Ahn.
Uns segundos depois, a filha falou para os pai:
- Papai, mamãe, eu amo vocês. Quero dar um abraço em vocês dois.
E os três se juntaram num abraço. Mas, eu me pergunto, pra quê colocar na cabeça da criança essa história do dinheiro?

Dia desses eu estava a pé, porque meu carro tinha ido pra oficina, e fui visitar um apartamento lá na Buenos Aires com a Iguaçu. Fui andando, como há muito tempo não fazia. Olhando as lojinhas e esperando o sinal de pedestres ficar verde.
Quando cheguei ao prédio, reparei que do outro lado da rua havia uma lojinha muito simpática que vendia chás artesanais. Na volta pra casa, parei lá e comprei um pacotinho de chá de maçã, cravo e canela e troquei uma dúzia de palavras com o vendedor, que era muito legal.

Dia desses eu percebi que tudo que preciso na vida é isso: um motivo bobo para chorar, pessoas e suas demonstrações públicas de amor para criticar e um chá de qualquer sabor.

2 de agosto de 2007

"
É, me esqueci da luz da cozinha acesa, de fechar a geladeira, de limpar os pés. Me esqueci, Jesus, de anotar os recados, todas as janelas abertas, onde eu guardei a fé em nós.

É, meu computador apagou minha memória, meus textos da madrugada; tudo que eu já salvei, o tanto que eu vou salvar das conversas sem pressa, das mais bonitas mentiras.

Que o teu afeto me afetou é fato, agora faça-me o favor...
"