31 de agosto de 2006

Olha, eu não gosto mais de colocar letras inteiras de músicas aqui.
Mas ando muito Fiona Apple essa semana, e essa letra aqui diz tanta, mas tanta coisa.

Love ridden I've looked at you
With the focus I gave to my birthday candles
I've wished on the lidded blue flames
Under your brow
And baby I wished for you

Nobody sees when you are lying in your bed
And I wanna crawl in with you
But I cry instead
I want your warm
But it will only make me colder when it's over
So I can't tonight, baby

No, not "baby" anymore, if I need you
I'll just use your simple name
Only kisses on the cheek from now on
And in a little while, we'll only have to wave

My hand won't hold you down no more
The path is clear to follow through
I stood too long in the way of the door
And now I'm giving up on you...

27 de agosto de 2006

Ontem teve show do Cachorro Grande aqui em Curitiba, né.
Certo, resolvi que ia na quarta feira, acho. Ingressos na mão, eu toda feliz que ia vê-los, finalmente, após perder uns 3 shows.
Cheguei lá no Callas, dei meu carro na mão dum manobrista, paguei DEZ PILA no estacionamento e entrei numa fila enorme. Entrei, paguei QUATRO PILA num maço de cigarro e fui tomar uma cerveja.
Primeiro teve Pelebrói não sei, ok, legal. Cachorro só começou lá pelas 2 da manhã, enrolaram pra cacete.
O show foi um apestáculo (hé hé hé), o Beto Bruno tem uma goela abençoada. Deve fazer gargareijo todos os dias, porque vá gritar assim lá na casa do chapéu.
Aí lá pelas tantas do show, ele sumiu. É, sumiu. Ficaram só os outros integrantes da banda fazendo solados que duravam 20 minutos. Foi saindo um por um até ficar só o bateirista, que fez mais uma performance de 15 minutos aproximadamente.
Depois de seiláquantotempo, todos voltam para o palco. Beto Bruno é o último a entrar e estava com um dos botões da calça aberto.

Palpite do Lucas assim que começou a putaria: o vocalista foi cagar, só tinha um banheiro, o resto da banda também ficou com vontade e foi indo um por um.
Eu acho bem possível.
Prefiro não pensar que ele foi dar uma rapidinha com alguma tiete desesperada que invadiu o camarim.

25 de agosto de 2006

É só um olhar, meia dúzia de palavras trocadas, uns sorrisinhos e eu já volto para casa com aquele frio bom na barriga.
Bom só até a hora que resolvo ir dormir e não consigo, de novo. E aquele turbilhão de coisas que já martelaram tanto na minha cabeça resolve voltar. "Manda à merda, Flávia, puta que o pariu!", "Eu não posso desculpar, com que cara eu fico? Cadê meu orgulho? Cadê minha auto estima?", "Eu mereço coisa melhor, caralho", "E se eu tivesse mais uma chance, como é que eu faria pra confiar?". Todo dia ao menos um desses aí vem me visitar.
E eu fico toda bichinha, relembrando os momentos bonitos que eu, pelo menos, registrei.
Aí abro um livro e dou de cara com:

"O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança"

23 de agosto de 2006

Eu tenho umas crises de insônia muito das fodidas.
Noite passada eu fui deitar pra lá das 5, acordei 7 e pouco para receber a diarista, tomei um copo de café e passei o resto do dia acordada.
Agora, 00h26, eu não tenho nadica de sono. Minhas pernas ficam trêmulas, meu corpo tá cansado. Mas meu olho não fecha. Eu não consigo parar de digitar, de pensar, não consigo relaxar.
Fumo um cigarro atrás do outro.
Caralho, eu não tenho muito juízo. Acordei ontem com uma baita dor de cabeça, nariz trancado, dor no corpo todo. E mesmo assim fico fumando igual uma chaminé.

Logo de manhã, sem ter o que fazer, entre o copo de café e a aula que só começava às 10h30, abri o Word e resolvi que começaria a escrever um diário. Só pra mim. E esse é meu mais novo passatempo. Ficar escrevendo besteiras que ninguém vai ler sobre nada de nada.

Enfim, vou lá ler as putas tristes do Márquez e tentar dormir por pelo menos umas 5 horas.

22 de agosto de 2006

Bem no Fundo
(Paulo Leminski)

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.



(o tipo de coisa que você encontra na internet e que parece ter sido escrito pra você, pois "por" você seria muita pretensão, né?)

20 de agosto de 2006

Como é bom perceber que eu ainda me lembro o que é diversão.
Umas porradinhas, um monte de cerveja, xiboquinha. Enfim, coisas que fazem as pessoas ficarem felizes e esquecerem por umas horas todas as merdas do mundo.


E esquecer aqueles princípios chatos pode ser muito legal. ;)

16 de agosto de 2006

Tem dia que parece piada.
É você acordar, ligar a TV e ver uma previsão do tempo daquele lugar lá.
Ir à padaria, não ter o cigarro que você fuma (o light) e ter de comprar o vermelho. Passar o resto da noite olhando praquela box e lembrando.
É o winamp cair em meia hora, três vezes na música que faz com que você sinta até o cheiro dele.
Tomar um chá gelado com limão. Sozinha.
Limpar a latinha dos cigarros e lembrar das reclamações feitas.

Ele, ele, ele, ele.

Mas que BELA merda.

15 de agosto de 2006

São duas da manhã e eu lavei panos de prato. Agora, lavo panos de chão.
Não, isso não é nenhuma metáfora que ninguém vai entender.

Minha vida é muito cheia de emoções. Incrível.

11 de agosto de 2006

Das coisas e pessoas que aprendi a gostar.

Sabe, eu sempre gostei muito de fotos. Tenho aquele fotolog lá há pouco mais de 3 anos e foram poucos os intervalos que dei.
Eu gosto porque toda vez que eu vejo uma foto, eu fico lembrando de como foi aquele dia, nas coisas engraçadas que aconteceram, essas coisas. Tem dia que eu não tenho o que fazer na internet e pego todo meu arquivo do fotolog pra olhar. E olha que não é pouca coisa, porque eu cheguei a ter gold cam por uns 3 meses e postava uma média de 3/4 fotos todos os dias.
E é bem legal.

Eu nunca fui lá muito menina da natureza. Nunca gostei de sentar em grama porque dá coceira, não gosto de insetos...Enfim, nunca fui desse tipo.
Mas aí eu conheci uma galera aí que é bem bacana. Que não consegue almoçar e não ir depois dar uma deitadinha no gramado enquanto a digestão é feita.
E eis que eu não resisiti e acabei aderindo ao movimento.
Olha, é bem legal. Você deita lá, fuma uns cigarros, conversa e se der sorte consegue dar uma cochiladinha.


Flávia, Naiady, Iasa, Julia, Manu, Thaíse.


Ahan. Eu gosto.
Agora dá licença que eu estou indo passar um fim de semana na praia.


9 de agosto de 2006

Tinha tudo pra vida estar muito boa, obrigada.
Não tem mais cursinho e biologia pra estudar. Não tem mais que acordar 6h da manhã todos os dias.
Tem internet, telefone fixo, televisão com mais de 15 polegadas, dvd e um computador cheio de musicas legais.
Tirou carteira de motorista, ganhou um carro (do papai. é.) antes mesmo de conseguir passar no teste.
Tem cartão de crédito com um limite razoável.
Faz as unhas num salão legal.
Comprou shampoos que cuidam do cabelo decentemente. E máscaras para o cabelo. E sabonetes especiais para a pele do rosto.
Está se alimentando melhor, também.
Toma remédios para a ansiedade e para a flora intestinal.
Mora com uma pessoa muito legal, fez amizades novas, conheceu gente pra caralho.
Aprende uma piada nova todo dia. Dá risada boa parte do tempo.

Porém, nunca satisfeita, só faz reclamar.
E encher o saco de todo mundo com isso.

6 de agosto de 2006

Um fim de semana do jeito que eu tava precisando. E ele começou já na quinta feira.
Muita cerveja e amigos. Uns que eu não via há séculos.
Foi ótimo.
Exatamente o que eu precisava.

E definitivamente, agosto é o mês do cachorro louco.

Agora dá licença. Eu tô com uma ressaca prolongada, daquelas que dão quando você emenda um dia no outro, sem muito descanso para o corpo e muito menos para o cérebro.

1 de agosto de 2006

Cheguei ao estágio em que eu simplesmente empurro as coisas com a barriga. Não, eu não fico totalmente feliz com isso, mas é o melhor que eu posso fazer. É o último estágio antes da volta à velha forma.
Quando algo não sai do jeito que eu gostaria, do jeito que eu acredito que daria certo, eu faço isso.
Finjo por uns dias que eu não me importo, até que um dia isso vira verdade. Um dia. Pode demorar um pouco.

Eu queria ser do tipo que vai para festas e dá uns beijos em um estranho, que faz sexo casual com conhecidos, que não se envolve, que tem pretendentes ali, esperando a oportunidade. Mas não sou. Ontem conversando com um ex namorado meu, de quando eu tinha meus 15 anos, ele disse que eu me tornei uma pessoa mais interessante com o passar do tempo. Eu fiquei feliz, sabe? É legal ouvir essas coisas de uma pessoa que te conhece bem, que conviveu com você por um tempo considerável e suportou coisas que, se fossem comigo, não suportaria.
Mas acontece que eu não me sinto interessante o suficiente para que alguém se interesse por mim, sabe? Por isso que não existe a chance de me tornar uma dessas pessoas que descrevi. Se eu fosse homem, não ficaria comigo mesma.
Eu sou chata, neurótica, ciumenta, impulsiva. Tenho um coração mole e burro, guardo rancor, choro escondida e chega uma hora que eu explodo e acabo falando um monte de merda. Falo alto, minha risada é irritante. Não tomo vodka e sou uma bêbada chata chata chata. Danço esquisito, pareço uma louca quando ouço alguma música que gosto. Durmo demais, não atendo celular quando não tô afim, deixo meu quarto bagunçado pra caralho e odeio varrer a casa.
Não sou daquelas garotas que você vira o pescoço para olhar melhor, que você encara num bar ou chega numa festa. Não sou.
Talvez o "mais interessante" seja porque bem, eu amadureci. Cresci e agora já sou uma...mulher. Com um milhão de defeitos que me incomodam e com os quais eu não agüento mais ter de conviver.

Lendo um livro, me deparei com uma passagem bem interessante. O personagem é um completo imbecil, deprimido, idiota e que se acha durão. Vai ficar meio grande, mas foda-se.

"E minhas questões pessoais continuavam tão más e lamentáveis quanto no dia em que nasci. A única diferença era que agora eu podia beber de vez em quando, embora nunca o suficiente. A bebida era a única coisa que impedia um homem de se sentir para sempre atordoado e inútil. Todo o resto ia furando e furando sua carne, arrancando seus pedaços. E nada tinha o menor interesse, nada. As pessoas eram limitadas e cuidadosas, todas iguais. E eu teria que viver com esses fodidos pelo resto da minha vida, pensei. Deus, todos eles tinham cus e órgãos sexuais e bocas e sovacos. Cagavam e tagarelavam, e todos eram tão inertes quanto esterco de cavalo. As garotas pareciam legais a certa distância, o sol resplandecendo em seus vestidos, em seus cabelos. Mas vá se aproximar e ouvir seus pensamentos escorrendo boca afora, você vai sentir vontade de cavar um buraco ao sopé de uma colina e se entricheirar com uma metralhadora. Eu certamente nunca conseguiria ser feliz, me casar, nunca teria filhos. Inferno, eu nem mesmo conseguia um emprego como lavador de prato."

O meu medo é que só pessoas como Mr. Chinaski queiram algo mais do que garotas com vestidos respladecendo ao sol e cabelos bonitos.