E você pode pensar que é covardia, e em quão péssima pessoa eu sou, mas de todas as maneiras possíveis de te dizer o que eu preciso dizer, essa era a mais fácil. Talvez por eu não precisar te olhar dentro dos olhos enquanto digo. Bem, você sabe que seus olhos são os responsáveis por boa parte de tudo que temos. Ou tivemos, não sei mais.
Aliás, há muita coisa que eu não sei. E que não me adianta tentar descobrir, nunca vou conseguir. Por exemplo, tentar me lembrar do exato momento em que tudo se perdeu. Existem vários que me passam pela cabeça, mas nenhum é exato o suficiente para me dar a certeza: Sim, foi esse. Não, não há. Pode ter sido aquela noite em que acordei ao seu lado e você estava deitado de costas para mim e aquilo não me doeu como de costume. Pode ter sido o dia em que você me disse que não gosta de comédias românticas. Ou pode não ter sido nenhum momento exato, e então minha cabeça dá um nó. Às vezes penso que pode ter sido a sua mania de chamar todos os garçons de "campeão" ou de só conseguir dormir se estiver com as meias calçadas.
Não sei, desculpe. A única coisa que sei é que sumiram frio na barriga, ansiedade e planos. Os tantos planos. Perdeu-se tudo.
E junto eu me perdi, me desculpe novamente.
Mas não dá mais.
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