8 de agosto de 2007

Dia desses eu estava indo em direção ao Portão, pela Av. Presidente Kennedy. Era só seguir reto que eu chegava lá. Mas daí eu fiz uma conversão desnecessária e me perdi.
Só sei que fui parar nuns becos, entrei em desespero e comecei a chorar, sozinha, dentro do carro.

Dia desses eu estava na sala de espera de um consultório médico e uma família entrou: mãe, pai e a filha, que devia ter uns quatro ou cinco anos. Eles sentaram todos juntos e pegaram uma Caras para ler, todos juntos também. Tinha um reportagem sobre o Roberto Justus e a namorada, não sei quantos anos mais nova. Daí a filha disse para a mãe:
- Mamãe, que moça bonita, esse é o pai dela?
- Não, filha, é o marido. Ele é velho...mas tem dinheiro.
- Ahn.
Uns segundos depois, a filha falou para os pai:
- Papai, mamãe, eu amo vocês. Quero dar um abraço em vocês dois.
E os três se juntaram num abraço. Mas, eu me pergunto, pra quê colocar na cabeça da criança essa história do dinheiro?

Dia desses eu estava a pé, porque meu carro tinha ido pra oficina, e fui visitar um apartamento lá na Buenos Aires com a Iguaçu. Fui andando, como há muito tempo não fazia. Olhando as lojinhas e esperando o sinal de pedestres ficar verde.
Quando cheguei ao prédio, reparei que do outro lado da rua havia uma lojinha muito simpática que vendia chás artesanais. Na volta pra casa, parei lá e comprei um pacotinho de chá de maçã, cravo e canela e troquei uma dúzia de palavras com o vendedor, que era muito legal.

Dia desses eu percebi que tudo que preciso na vida é isso: um motivo bobo para chorar, pessoas e suas demonstrações públicas de amor para criticar e um chá de qualquer sabor.