25 de maio de 2008



Mais uma vez chegou o dia em que me sinto um lixo, que tenho vontade de tomar um banho de cinco horas pra ver se essa sensação de sujeira vai embora. Agora, depois de tantas vezes repetidas, já consigo prever o futuro próximo: noites seguidas com um vazio imenso, uma saudade enorme e a certeza de que estamos, aos poucos, fracassando.
Serão dias que passarão devagar, e em que me culparei um a um por todos os problemas que nos acontecem.

E depois isso vai passar. Eu vou voltar para minha vida rotinada, pras minhas emoções sonsas e pros beijos sem graça.

14 de maio de 2008

Com quantos Nikes se faz uma Patrícia?

Há alguns dias ouvi comentários que me tiraram do sério sobre patricinhas e playboys. Desde então, tenho me perguntado o que é que faz uma pessoa ser ou se considerar membro deste grupo de pessoas.
Eu não acho que Patricinha é estilo, acho que é estado de espírito e caráter. Não acho que seja a quantidade de bens possuídos que faz uma Patricinha, mas o quão a pessoa necessita deles, se apega e dá valor. Junto com isso, vem a maneira como elas vêem todos os outros excluídos deste grupo tão seleto. Vêem e tratam.

Eu vim de uma cidade do interior em que havia não um grupo de Patrícias, mas O grupo delas. Eram só as meninas mais arrumadas, com os tênis mais caros, quilos de maquiagem cobrindo as espinhas da adolescência, cabelos milimetricamente alisados. E elas estudavam todas no meu colégio e andavam no intervalo de braços dados, olhando pra todo o resto como se fôssemos bichos. Se algum dia você trombasse, sem querer, em uma delas, podia esperar uma patada das mais mal educadas.
Não sei que fim levou esse grupo, nem sei se ainda são amigas. Sei que passei por poucas e boas naquele colégio, porque fazia parte da turma dos "nerds brincalhões" que fazia piadas com fórmulas de química, então o desprezo das Rich&Famous era visível.

Sei também que nunca fui infeliz por não estar nesse grupo de meninas. Grande parte delas eram filhas de amigos dos meus pais, freqüentavam o mesmo clube, os mesmos restaurantes e os mesmos jantares de amigos que a minha família. Minha mãe sempre deixou claro para nós três (tenho duas irmãs, gente) que se quiséssemos poderíamos ter as mesmas coisas que elas, mas que achava uma besteira tamanha se importar isso. Por isso minha mãe nunca foi do tipo que se importou das filhas não usarem salto alto, terem uma coleção de tênis velhos e adorarem ir nos botecos mais fuleiros.
Enfim, voltando ao assunto.

Tudo isso me veio à cabeça porque ouvi o comentário que Patricinha era quem tinha carro. Eu tenho um carro, só meu, presente do meu pai. Não tenho a mínima vergonha de falar que ganhei, mesmo, que não comprei com meeeeu dinheiro. Agora, me sinto melhor por isso? Não. Se me sinto pior por não ter um iPod? Não. Se me sinto mal vestida porque minhas roupas não são todas de marcas, meus tênis não são novos, meu cabelo não está sempre bonito e grande parte da minha maquiagem é da Avon, mesmo? Not at all.
Acho ser Patricinha soooooooooo last century, hoje quando tô no salão e vejo a nova geração de Pattys entrando acho todas elas cafonérrimas, parecendo senhoras de 40 anos de tanta produção, sabe?

Acho que se algum dia na vida essas meninas criarem juízo, vão ver como é tudo máscara, pó e prancha. Que no banho isso vai embora.

6 de maio de 2008

Mudei.

Porque o cinza demais estava me deixando melancólica, e enjoei da foto da Regina Spektor (vai, briguem comigo).
Mas principalmente porque eu estou levando a sério minha fase clean.
Muito branco, duas das minhas cores preferidas, inspiração em uma camiseta e na minha música preferida de Au Revoir Simone (recomendo, hein).

São duas da manhã e eu não consigo dormir por causa do cochilo que tirei hoje à tarde e do café de antes da aula, às 19h. Falta do que fazer, uma idéia boba na cabeça. Deu isso aí.

3 de maio de 2008

Todo dia eu penso em alguma coisa pra escrever aqui, mas acabo esquecendo o que era assim que abro essa caixa de texto. Sempre tenho vontade de escrever sobre as coisas que, na minha opinião, são as que dividem as pessoas em dois grupos, como por exemplo se elas mastigam ou chupam a bala até o final, se elas enchem a fôrma de gelo depois de tirarem mesmo que apenas 2 pedras, se elas fazem a cama todo dia ao levantar ou deixam daquele jeito mesmo porque de noite vai desarrumar igual. Essas e muitas coisinhas eu fico pensando quando vejo meus amigos fazendo alguma coisa diferente do jeito que eu faço sempre.

E tenho me ocupado desses pensamentos banais porque, de verdade, não há mais no que pensar. Estou naquela fase em que nada acontece, que as coisas ficam paradas e os sonhos que temos de noite são o ponto alto das nossas emoções. E por isso eu não tenho nada pra escrever aqui, por isso quesumi daqui e do livejournale que não telefono pra mais ninguém pra conversar: eu não tenho coisa alguma pra falar.