Queria te agradecer (não me impeça, não venha dizer que não precisa disso). Te dizer “muito obrigada” por ser exatamente tudo que você é e por entender parece que tudo que eu mostro ser, e vasculhar aqueles cantinhos onde eu escondo o resto todo. Agradecer por me receber de braços abertos todas as vezes em que fujo e corro até você, e você me dá colo, comida e um abraço. E o jeito que, sem perceber, você diz as coisas mais bonitas e exatamente aquilo que eu preciso ouvir. E que nem sempre é o que eu quero, e eu me chateio, mas logo em seguida você dá um jeito de mandar a tristeza embora, me oferecendo mais uma colherada de beijinho direto da panela e mostrando como, no final, as coisas acontecem por um motivo, uma razão, e que não adianta a gente tentar controlar isso, uma hora ou outra tudo se acerta.
Por deixar eu te ligar só pra mandar você ir olhar a lua, que tá mais linda do que nunca, e por me agüentar por um dia inteiro sem fazer com que eu me sinta entediada por um minuto que seja. Obrigada, muito obrigada, por me mostrar que as pessoas são insubstituíveis, mas que a gente, cada um no seu tempo, aprende a conviver com a saudade, com o vazio que elas deixam quando vão embora sem aviso prévio, e que aos poucos a gente vai recolhendo os caquinhos do nosso coração pelo chão (como você costuma dizer).
E te dizer, depois de tudo isso, que você é das mais especiais, que tem muito azar quem não te conhece. Eu achava que já havia conhecido gente demais, que do jeito que era estava bom o suficiente. Até você aparecer e mostrar que há um mundo todo aí pra gente conhecer, e me dar a mão e dizer “vamo junto!”.
E, sabe, se isso não é exatamente tudo o que amizade é, então, sei lá, alguém me explica aí.