13 de julho de 2006

Talvez seja a nostalgia de fim de primeiro semestre na faculdade que tenha tomado conta de (aparentemente) bastante gente da minha sala, ou talvez seja a saudade que já tá dando da minha rotina acordar-biarticulado-floresta-estudar-dormir.
A questão é que analisando os últimos 4 meses, eu acho que me tornei uma pessoa melhor.
Aprendi muita coisa, fiz valer a pena os minutos dentro daquela universidade. Por mais que minhas notas não sejam as que eu gostaria e eu tenha me decepcionado com várias delas, eu fico feliz porque todo dia eu voltava pra casa com a sensação de dever cumprido.

Fiz amizades lá que eu não imaginava que tomariam proporções tão grandes em tão pouco tempo. Gente que já sabe da minha vida inteira, que me entende só com um olhar, me dá ombro quando eu preciso, upas quando eu estou triste, pedaços de torta para me animar. Vão na minha casa fazer nada, ficar conversando. Me ajudam a escolher a roupa e o perfume, me dão conselhos valiosos e sempre estão dispostos quando o assunto é festa.
Passei boa parte dos últimos meses alternando entre essas duas coisas: festas e estudos.
E olha que ali naquela faculdade, a primeira vista é todo mundo tão...igual. Depois você vai conhecendo melhor e vê que cada um tem seu valor e te completa de uma maneira.
Tem aquela amiga que completa o meu lado manteiga derretida com suas grosserias necessárias e as sacudidas para que eu acorde pra vida.
Tem a que completa falando aquilo que eu penso, mas prefiro não falar.
Tem também a que me acompanha nos biarticulados cantando músicas dos filmes da Disney e te ensinando a ser mais meiga.
Tem a que vai estar sempre lá em casa, tomando um vinho, falando besteiras e comendo pizza.
Tem aquela que me ensina sobre filmes, diretores de cinema, fotografia, me ajuda nos trabalhos, tá sempre disposta a dar risada sobre assuntos não tão engraçados mas que se tornam quando contados por ela.
Tem a que me faz rir por estar sempre rindo. Sempre, nas horas mais impróprias. Até da cara do reitor ela ri. E vive inflando meu ego com elogios bonitinhos.
Também tem a que me escuta sempre que eu precisar, fala mal dos professores comigo, me ensina a ter glamour e me faz ver que, de fato, homens são todos iguais.
Tem uma que à primeira vista, eu pensei que era uma fresquinha, mas não precisou nem de 5 minutos para ela me fazer mudar o que eu achava. A menina mais bem vestida e na minha opinião, a mais bonita de todas as calouras. Sempre disposta a me ajudar, emprestar cadernos para eu estudar e muito, muito cabeça no lugar. E tive a oportunidade de conhecer a família toda dela, e são todos muito legais, muito mesmo.
Tem a que pra tudo, cita uma comunidade do Orkut. Sabe de todas as fofocas da faculdade e agora deu de fazer intercâmbio cultural com outros países latino-americanos.
E tem a pentelha, que passa o dia te enchendo o saco sobre minhas roupas, minhas bolsas, homens e meu cigarro.
E tem ainda aquela que tem um sexto sentido incrível, que parece ser uma menininha, tem a voz mais meiga do mundo mas quando abre a boca você percebe a mulher de cabeça feita que ela é.
E tem mais meninas, meninas que eu ainda não posso chamar de amigas porque, bem, foi muito pouco tempo e a gente acabou não conversando o suficiente. Mas que eu espero nunca ter faltado com o respeito ou simpatia com elas.

Quanto aos meninos...bem, são poucos. Dois em especial se tornaram meus amigos. Amigos mesmo, BRÓDER, tá ligado?
Porra, o Lucas vai na minha casa, me leva chocooky, peida na minha frente, me apresenta bandas bacanonas e dificilmente eu sou vista na Floresta longe dele. E com ele foi assim, "amizade a primeira vista", desde o dia que eu vi o cara em São Paulo prestando Fuvest eu já simpatizei e o resto...fluiu.
O Chico, por mais que ele odeie que eu falo isso, ele é como se fosse uma amigona pra mim. Mas tudo bem, diversas vezes ele já esqueceu que eu era uma menina e me tratou como um amigão. É o cara que me dá um ombro quando eu preciso. Normalmente acompanhado de um cigarro. Ele bebe cerveja, fala não sei quantas línguas, tem uma bagagem cultural invejável, inteligente pra caralho, sempre com uma piadinha e uma opinião sobre qualquer assunto.
Aliás, os dois. Os dois sempre têm uma piadinha cretina.

Agora...O Pedro. O Pedro já era uma peça essencial na minha vida, já conheço ele há tempo o suficiente para isso. A gente sempre conversou muito. O Pedro é uma das pessoas mais maduras que eu conheço e junto com isso vem um senso de humor único.
Quando resolvemos que íamos morar juntos, eu juro que bateu um medo de que a convivência fosse estragar tudo, que um não ia mais suportar olhar pra cara do outro em menos de dois meses. Ainda bem, me enganei. Todo dia parece uma festa lá em casa. As conversas continuam, as risadas, as afinidades. Tudo vai muito bem, obrigada. E o amigo que já era mais do que especial, hoje...bem, eu não sei pensar em nenhuma classificação acima de "mais do que especial", mas se ela existir, essa é dele.

E eu me tornei uma pessoa melhor graças a cada uma dessas pessoas. Eu me valorizo mais hoje, me sinto até mais bonitinha, mais engraçada e mais divertida. Me sinto querida e tô sempre com um sorriso na cara, até nas chatíssimas aulas de História Social dos Meios Impressos.

E esses meus 4 meses valeram a pena. Fiz amigos maravilhosos, chorei, ri muito, conheci um cara legal, comecei um regime sério, aprimorei meus conhecimentos culinários, comi pouco doce, tive TPMs leves e mantive minhas unhas sempre feitas. Sabe, coisas que me deixam feliz.