30 de julho de 2006

Como eu posso ir pra casa com nada para dizer?
Eu sei que você vai me olhar daquele jeito e dizer:
- O que você fez lá fora? O que você decidiu? Você disse que precisava de tempo. Você teve tempo.

Você é uma lojinha chinesa e eu sou um touro.
Você é uma ótima comida e eu estou satisfeita.
Eu acho que tudo já foi dito,
Então eu estou indo para casa de mãos vazias.

- Eles te amaram ou não?
- Eles amaram o que eu faço. O único que me ama mesmo é você.
- Garota, você é do caralho.
- Eu não sei, não me lembro direito. Mas meus dedos estão inchados e estou rouca.
- É ótimo te ver. Eu senti muito sua falta. Agora me deixe carregar isso.
(Você leva as coisas pesadas e dirige o carro. Eu olho pela janela e faço piadas sobre como as coisas são)

26 de julho de 2006

Então, eu fui para o Rio assistir a montagem dos meus amigos que fazem teatro lá. A peça era linda, não lembro se já comentei aqui. O texto era uma coisa de louco. Baseado na vida de August Strindberg.
De todos as cenas da peça, uma em especial me fez arrepiar nas três vezes em que assisti. Ela era assim:

(Strindberd sentado numa esquina, brincando com uns galhos no chão. Frida se aproxima.)
- O que você está fazendo parado aí na esquina?
- Preciso ficar parado em algum lugar enquanto espero.
- E o que você está esperando?
- Felicidade. (Nessa hora o Evandro dava uma pausa) Ou só o fim da dor.

Não sei muito bem o por quê de tudo isso, mas talvez seja que tem hora que eu me sinto tão...Strindberd sentado na esquina. E achando que ficar ali (no caso, aqui), sem fazer nada, adianta de alguma coisa. Ficar parada, esperando que caia do céu uma solução para uns problemas que são tão meus, aqueles que eu não consigo falar pra ninguém e que aos poucos vão me entristecendo.

Ah, desculpa. Me perdi no meio do raciocínio.

23 de julho de 2006

Eu já sabia que viajar e passar um tempo fora da minha realidade, vivendo uma vida que não é minha, me faria bem. E foi melhor do que eu pensava. Eu pude ver de perto como as coisas andam por lá, pude ligar por uma semana que seja o foda-se e ser bastante feliz. Conheci pessoas legais, fui a lugares legais, bebi cerveja, gastei muito dinheiro em porcaria, tive conversas que valeram pelos meses de saudade que eu tive de suportar.

E era maravilhoso depois de tudo isso, pra lá das 6 da manhã, deitar, olhar para o lado e ver a pessoa que sempre vai me entender mais que todo mundo, sempre vai me passar segurança e fazer com que eu me sinta melhor. Aquela velha história do porto seguro. Eu tenho o meu e ele, além de tudo, é lindo e não ronca.

É ótimo finalmente, apesar dos sonhos perturbadores das últimas 2 semanas, poder respirar com um pouco mais de alívio, sentir que a chance foi dada, basta agora saber aproveitar ou então deixá-la passar de uma vez...assim, sem sofrimento. Ou quase sem.

14 de julho de 2006

Hoje, depois de uns 3 anos, eu comprei um sapato de salto. É, salto. Não essas botas de plataforma, não. Comprei um scarpin pretinho básico de salto agulha.

Foda-se o conforto, o importante é tá no estilo.
HAHAHAHAHAHAHAHA

13 de julho de 2006

Talvez seja a nostalgia de fim de primeiro semestre na faculdade que tenha tomado conta de (aparentemente) bastante gente da minha sala, ou talvez seja a saudade que já tá dando da minha rotina acordar-biarticulado-floresta-estudar-dormir.
A questão é que analisando os últimos 4 meses, eu acho que me tornei uma pessoa melhor.
Aprendi muita coisa, fiz valer a pena os minutos dentro daquela universidade. Por mais que minhas notas não sejam as que eu gostaria e eu tenha me decepcionado com várias delas, eu fico feliz porque todo dia eu voltava pra casa com a sensação de dever cumprido.

Fiz amizades lá que eu não imaginava que tomariam proporções tão grandes em tão pouco tempo. Gente que já sabe da minha vida inteira, que me entende só com um olhar, me dá ombro quando eu preciso, upas quando eu estou triste, pedaços de torta para me animar. Vão na minha casa fazer nada, ficar conversando. Me ajudam a escolher a roupa e o perfume, me dão conselhos valiosos e sempre estão dispostos quando o assunto é festa.
Passei boa parte dos últimos meses alternando entre essas duas coisas: festas e estudos.
E olha que ali naquela faculdade, a primeira vista é todo mundo tão...igual. Depois você vai conhecendo melhor e vê que cada um tem seu valor e te completa de uma maneira.
Tem aquela amiga que completa o meu lado manteiga derretida com suas grosserias necessárias e as sacudidas para que eu acorde pra vida.
Tem a que completa falando aquilo que eu penso, mas prefiro não falar.
Tem também a que me acompanha nos biarticulados cantando músicas dos filmes da Disney e te ensinando a ser mais meiga.
Tem a que vai estar sempre lá em casa, tomando um vinho, falando besteiras e comendo pizza.
Tem aquela que me ensina sobre filmes, diretores de cinema, fotografia, me ajuda nos trabalhos, tá sempre disposta a dar risada sobre assuntos não tão engraçados mas que se tornam quando contados por ela.
Tem a que me faz rir por estar sempre rindo. Sempre, nas horas mais impróprias. Até da cara do reitor ela ri. E vive inflando meu ego com elogios bonitinhos.
Também tem a que me escuta sempre que eu precisar, fala mal dos professores comigo, me ensina a ter glamour e me faz ver que, de fato, homens são todos iguais.
Tem uma que à primeira vista, eu pensei que era uma fresquinha, mas não precisou nem de 5 minutos para ela me fazer mudar o que eu achava. A menina mais bem vestida e na minha opinião, a mais bonita de todas as calouras. Sempre disposta a me ajudar, emprestar cadernos para eu estudar e muito, muito cabeça no lugar. E tive a oportunidade de conhecer a família toda dela, e são todos muito legais, muito mesmo.
Tem a que pra tudo, cita uma comunidade do Orkut. Sabe de todas as fofocas da faculdade e agora deu de fazer intercâmbio cultural com outros países latino-americanos.
E tem a pentelha, que passa o dia te enchendo o saco sobre minhas roupas, minhas bolsas, homens e meu cigarro.
E tem ainda aquela que tem um sexto sentido incrível, que parece ser uma menininha, tem a voz mais meiga do mundo mas quando abre a boca você percebe a mulher de cabeça feita que ela é.
E tem mais meninas, meninas que eu ainda não posso chamar de amigas porque, bem, foi muito pouco tempo e a gente acabou não conversando o suficiente. Mas que eu espero nunca ter faltado com o respeito ou simpatia com elas.

Quanto aos meninos...bem, são poucos. Dois em especial se tornaram meus amigos. Amigos mesmo, BRÓDER, tá ligado?
Porra, o Lucas vai na minha casa, me leva chocooky, peida na minha frente, me apresenta bandas bacanonas e dificilmente eu sou vista na Floresta longe dele. E com ele foi assim, "amizade a primeira vista", desde o dia que eu vi o cara em São Paulo prestando Fuvest eu já simpatizei e o resto...fluiu.
O Chico, por mais que ele odeie que eu falo isso, ele é como se fosse uma amigona pra mim. Mas tudo bem, diversas vezes ele já esqueceu que eu era uma menina e me tratou como um amigão. É o cara que me dá um ombro quando eu preciso. Normalmente acompanhado de um cigarro. Ele bebe cerveja, fala não sei quantas línguas, tem uma bagagem cultural invejável, inteligente pra caralho, sempre com uma piadinha e uma opinião sobre qualquer assunto.
Aliás, os dois. Os dois sempre têm uma piadinha cretina.

Agora...O Pedro. O Pedro já era uma peça essencial na minha vida, já conheço ele há tempo o suficiente para isso. A gente sempre conversou muito. O Pedro é uma das pessoas mais maduras que eu conheço e junto com isso vem um senso de humor único.
Quando resolvemos que íamos morar juntos, eu juro que bateu um medo de que a convivência fosse estragar tudo, que um não ia mais suportar olhar pra cara do outro em menos de dois meses. Ainda bem, me enganei. Todo dia parece uma festa lá em casa. As conversas continuam, as risadas, as afinidades. Tudo vai muito bem, obrigada. E o amigo que já era mais do que especial, hoje...bem, eu não sei pensar em nenhuma classificação acima de "mais do que especial", mas se ela existir, essa é dele.

E eu me tornei uma pessoa melhor graças a cada uma dessas pessoas. Eu me valorizo mais hoje, me sinto até mais bonitinha, mais engraçada e mais divertida. Me sinto querida e tô sempre com um sorriso na cara, até nas chatíssimas aulas de História Social dos Meios Impressos.

E esses meus 4 meses valeram a pena. Fiz amigos maravilhosos, chorei, ri muito, conheci um cara legal, comecei um regime sério, aprimorei meus conhecimentos culinários, comi pouco doce, tive TPMs leves e mantive minhas unhas sempre feitas. Sabe, coisas que me deixam feliz.

12 de julho de 2006

Que bonito, que alegria, que be-le-za!
Obrigada Elisamir, agora vou abusar de você toda vez que quiser um template novo.

Me sinto então, obrigada a postar alguma coisa aqui pra inaugurar isso.
Apesar de nos últimos dias nada de muito emocionante ter acontecido, eu até estou feliz. Uma felicidade esquisita, intercalada com uns ataques de histeria quando me vejo jogada num sofá sem fazer absolutamente nada.

Tenho mais sono que o normal. Culpa de uns remédios que eu tô tomando pra controlar minha ansiedade e regular meu intestino (?). Em qualquer lugar que eu encoste por mais de 10 minutos, durmo. O clima de Maringá ajuda bastante. Um calor insuportável em pleno julho. Vai entender. Aí eu ligo o meu ventilador e durmo igual um bebezinho. Tenho sonhos desagradáveis, acordo sufocando, não ouço meu celular despertar às 10h e sempre, sem-pre, levanto só para o almoço.

Estou evitando sair durante a semana, é verdade. Não é só culpa de Maringá, afinal sempre tem um boteco com uma música agradável e cerveja bem gelada pra ir aqui. A questão é que eu não quero beber durante a semana.

Tô virando uma chata, eu sei.

(Mudei o sistema de comentários, e perdi os antigos, coisa e tal. Comentem aí pra eu ficar feliz e me empenhar a continuar atualizando isso aqui com certa freqüência ao invés de só me dedicar ao livejournal.)

10 de julho de 2006

As minhas férias são as mais produtivas, sabe.
Tudo bem que vir pra Maringá não ajuda muito, já que não existe vida noturna durante a semana aqui, então só me resta começar a assistir a nova novela do Manoel Carlos, viciar e ter que ver essa porcaria até o fim, igual foi com Belíssima.
Separei uns livros que pretendo ler até o final do ano. Se não conseguir, será uma vergonha. São livros, 4 deles do Hornby, que é rapidinho de ler (até pra mim, que sou A_lesma). O outro é do famigerado Bukowski, que eu nunca li, mas depois que entrei pra faculdade ouvi tanto falar dele (cof cof) que preciso ver qualéquié a do cara. A mesma coisa aconteceu com a minha irmã, que é a dona do livro. Ela comprou, leu e não achou grandes coisas. Só disse que é putaria. Hé hé.
Comecei "Como ser legal" ontem, já li pouco mais de 50 páginas.

Assisti também "Ray" ontem. E hoje vi um filme que chamava "Apartamento 12" no Telecine Emotion. Depois passou "Patricinhas de Beverly Hills" e eu também vi. Aí que me surgiu a grande dúvida do dia: quando eu era criança, vi esse filme umas 385 vezes. Mas eu realmente não me lembro de cenas como aquela da festa em que a loirinha fuma um com o skatista. E nem de quando a Brittany Murphy (?) aparece e fala que adoraria umas ervas relaxantes, e respondem pra ela que lá eles não tem chá, mas "we can have some coke" e ela fica toda animadinha "YOU HAVE COKE HERE?".

Alguém sabe me dizer? Alguma menina, aliás, sonhou em ter o guarda roupa giratório igual o do filme? Eu sonhei. E lembro que mandei fazer sainhas xadrezas iguais a da protagonista. Hahaha, eu hein.

6 de julho de 2006

Apesar de uns amigos meus aí rirem da minha cara quando eu falei que gosto de Cazuza (indiezinhos filhos da puta!), tem hora que várias das letras dele se encaixam perfeitamente na minha vida. Cazuza eu aprendi a gostar com mamãe, que dança com o dedinho assim, sabe, quando toca a música dele em algum lugar.

"Até nas coisas mais banais, pra mim é tudo ou nunca mais."

E-xa-ge-ra-da.

4 de julho de 2006

Olha, eu sou muito tiete do meu amigo Lucas. Isso todo mundo já tá careca de saber. O cara manda muito bem em tudo que faz (hé hé)."Eu tenho uma camiseta escrita The Raveonettes.
Foi a Flávia que me deu, ela é uma mobilete."

Me sinto, portanto, na obrigação de "apresentar" pra vocês a sua nova banda, que já não é mais tão nova assim.
A Móbiles surgiu há uns 2 meses, fazendo o que eles chamam de TERRORISMO POP. A primeira apresentação foi no Bar Pandora e em junho. Semana passada eles tocaram no Porão e foi melhor ainda, na minha singela opinião.
A banda foi muito bem sucedida na divulgação através do Orkut. Em pouco tempo eles já tinham mais de 3000 downloads no Trama Virtual. Já apareceram no programa Enfoque e saíram em dois jornais daqui de Curitiba, que agora não me lembro quais são.
Dia 19, tocarão no Wonka Bar. Quem estiver em Curitiba, faça-me o favor de ir assistir.

O post todo foi uma desculpa boa para eu colocar a letra de umas das músicas, para mim a mais bonitae a que anda me fazendo mais sentido, no momento. A letra é do Gian, vocalista.

AQUI vocês encontram as músicas para baixar e os links para os projetos solos de cada integrante.

Narciso

Enquanto eu tiver a mim e aos meus vícios, acho que está tudo bem.
Enquanto não houver motivo, Deus deixa estar por aqui.
Apreciando um pouco mais as imagens que se formam nos cacos de vidro pelo chão.

Enquanto eu tiver a mim e um pouco deste vinho,
não importará o destino dos seus pés.
Eu cansei de seguir as mesmas pegadas,
se elas nunca me levam pra onde eu quero ir.
E quer saber?
Sempre enxerguei coisas de mais dentro de você
Coisas que já não importam mais.


Enquanto eu tiver a mim e aos meus vícios...
Eu não preciso de ninguém...
Eu não preciso de você.



2 de julho de 2006

Sabe?

Então. Ontem.
O Brasil perdeu, saiu da copa, agora só 2010. Eu perdi, saí de cena, mas não tenho uma próxima data.
Saí, não me diverti o tanto que precisava para melhorar, não tomei cerveja suficiente para gerar aquela euforia que acaba em vazio no final da noite.
Na verdade, tá tudo podre, tudo errado. Gente vazia, relações vazias. Isso chega a me dar nojo.
Esse é um jogo que eu não vou e nem quero aprender.

1 de julho de 2006

Então estou de férias. É. Fééérias.
Fico mais essa semana em Curitiba, como já disse. Pagar umas contas e aproveitar mais um pouco a vida de morarsozinha.

Tem hora que eu queria ser menos mulherzinha, viu. Bem menos.