2 de maio de 2006

Quando você entra pra faculdade depois de um ano de cursinho, tem a impressão que é a vida que você pediu à Deus.
As aulas começam mais tarde, o máximo que você faz é ler um ou outro xerox por dia, você pode dormir a tarde inteira que não fica com matéria acumulada nem nada.

Aí de repente todos os professores resolvem jogar um balde de água fria nestas suas convicções. E vem tuuuuuudo de uma vez. Milhões de provas, milhões de trabalhos e livros. Ok, as coisas até que não são tão difíceis assim, mas quando você se vê obrigada a passar o feriado inteiro dentro de casa lendo um livro insuportavelmente grande pra produzir um trabalho completamente inútil só porque tem uma professora lá que não é muito afim de te dar aula, você fica puta.

O engraçado é que não adianta reclamar. "Mas professora, a gente tem duas provas no mesmo dia! não tem como adiar uma semana?" Fodam-se as outras disciplinas, eles tão mais é preocupados em manter em dia a deles.

Aí você reclama, reclama, reclama, xinga, mete a boca, manda tudo pra puta que pariu.
E, de repente, uma luz vem e você pensa: porra, eu passei nessa merda de vestibular, tirei a vaga de alguém agora, não posso deixar que mais pra frente um filho da puta venha e tire a minha vaga no emprego dos meus sonhos.

Conclusão: enfie a cara nos livros, faça todos os trabalhos pro dia certo, se mate pra tentar entender qual é a merda da diferença entre o jornalismo relacionado ao positivismo e ao marxismo, coloque tudo dentro das malditas regras da ABNT (isso provavelmente vai te tomar mais tempo do que o trabalho, em si), esqueça a vida social por apenas uns diazinhos, lembre que disso tudo, por mais distante que esteja, depende o SEU futuro.
Aí um dia, quem sabe, você perceba que o balde de água fria, as noites sem dormir, as overdoses de café e cigarro na frente do computador, as pernas que não param de se mexer, a louça que ficou acumulada na pia...bem, tudo isso, valeu a pena.