31 de maio de 2006

Sabe, eu bebo pra afogar minhas mágoas, mas as danadas estão aprendendo a nadar. E olha, como a vida é uma montanha, um dia você está lá no alto, com teus amigos, com um namorado bacana, com a família. Aí tudo está ótimo, maravilha, jóia. Mas lá no alto o ar é mais rarefeito e a temperatura é mais baixa, dá aquele friozinho às vezes.
Aí você resolve descer, por conta própria, só você, mais ninguém! Aí vai descendo e começa a se arrepender. Lá do alto você via tudo bem mais claro e límpido, tinha uma visão panorâmica que era uma beleza. Durante a descida as coisas se tornam mais sombrias e fica meio impossível você enxergar onde tá pisando e passa a correr o grande risco de tropeçar (isso se não tiver uma daquelas armadilhas que envolvem buracos e redes cobertas por folhas).
Mas você continua descendo. Vai, vai, vai. Aí chega na base, no fim, lá embaixo. Nem pensa em olhar pra trás pra ver a longa caminhada. Tá mais é preocupada em pensar que agora tudo estar mais confortável e mais, ahn, quentinho.
Passa a respirar melhor, também. Você fica uns meses lá, começa a achar que realmente fez a escolha certa. Mas aí...chega uma frente fria. E você ouve dizer que lá no topo tão rolando umas festas DA-HORA. E você está lá, passando frio, sozinha, sem ter com quem conversar, seus cigarros acabaram e nem um litro de Jamel tem.
No teu discman (NEM IPOD VOCÊ TEM, PORRA?!) só toca, putz, Coldplay.

Você pensa em subir de volta. Mas, meu filho, a subida exige muito mais. Estes anos fumando darão as caras agora. Ó, céus, é o fim!


(Texto inspirado na possível criação da "Sociedade dos poetas medíocres". Faço aqui uma adição: tô mais pra filósofa. FALAÍ.)

28 de maio de 2006

Pedro diz:
Acabei de ver uma coisa na conta telefônica.
Flávia. diz:
O que?
Pedro diz:
Sabe quantos minutos a gente usou dos 600?
Pedro diz:
85.
Flávia. diz:
HAHAHAHAHHAAHA
Flávia. diz:
Vixi
Pedro diz:
Dá pra vender minuto.
Flávia. diz:
é?
Pedro diz:
Vamos botar cartazes no prédio do tipo: Aluga-se telefone para chamadas locais.
Flávia. diz:
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAAHAHA
Pedro diz:
Aí quem não tem telefone vem e usa o nosso.
Flávia. diz:
Ótima idéia.
Um post deletado por motivo de força maior e por causa do pouco de vergonha que me resta na cara.

20 de maio de 2006

Sempre tem um filho da puta que aparece quando não deveria pra foder com todas as nossas certezas.
Isso sim me quebra as pernas e tira qualquer escudo que eu vinha construindo há tanto tempo.

19 de maio de 2006

fódeu, bródi.

12 de maio de 2006

Acordo atrasada. Penso duas vezes na relação custo-benefício. Sair do rolinho de edredon que faço ou dormir até 2 da tarde. Opto pela primeira opção, motivo que prefiro não comentar.
Coloco a mão entre as tiras da persiana pra fora da janela. Frio pra caralho.
A hora mais difícil do dia é colocar o sutiã e passar o desodorante (como já dizia Zuzu). 10 minutos atrasada, já.
Não me importo, vou até a cozinha, coloco água pra ferver, faço um chá com canela.
Vou pra aula e me arrependo. Sabia que deveria ter ficado dormindo.
3 horas muito mal dormidas na noite anterior tiram o bom humor de qualquer ser humano com um pouquinho de sanidade.
Durmo a tarde inteira. Acordo atrasada pra aula, de novo. Resolvo que só vou pra outra.
Chego em casa quase onze da noite. Vazia, Pedro viajou.
Faço minha janta. Sanduíche pelo terceiro dia.
Venho pra internet e nada de muito interessante. Resolvo que não sou mais a nora que sua mãe pediu, porque isto é uma grande mentira.
Prefiro calar a boca, espantar os demônios, amaldiçoar você e as suas razões.

Faço um chá de morango, acendo mais um cigarro e penso em como as coisas simplesmente não acontecem.

2 de maio de 2006

Quando você entra pra faculdade depois de um ano de cursinho, tem a impressão que é a vida que você pediu à Deus.
As aulas começam mais tarde, o máximo que você faz é ler um ou outro xerox por dia, você pode dormir a tarde inteira que não fica com matéria acumulada nem nada.

Aí de repente todos os professores resolvem jogar um balde de água fria nestas suas convicções. E vem tuuuuuudo de uma vez. Milhões de provas, milhões de trabalhos e livros. Ok, as coisas até que não são tão difíceis assim, mas quando você se vê obrigada a passar o feriado inteiro dentro de casa lendo um livro insuportavelmente grande pra produzir um trabalho completamente inútil só porque tem uma professora lá que não é muito afim de te dar aula, você fica puta.

O engraçado é que não adianta reclamar. "Mas professora, a gente tem duas provas no mesmo dia! não tem como adiar uma semana?" Fodam-se as outras disciplinas, eles tão mais é preocupados em manter em dia a deles.

Aí você reclama, reclama, reclama, xinga, mete a boca, manda tudo pra puta que pariu.
E, de repente, uma luz vem e você pensa: porra, eu passei nessa merda de vestibular, tirei a vaga de alguém agora, não posso deixar que mais pra frente um filho da puta venha e tire a minha vaga no emprego dos meus sonhos.

Conclusão: enfie a cara nos livros, faça todos os trabalhos pro dia certo, se mate pra tentar entender qual é a merda da diferença entre o jornalismo relacionado ao positivismo e ao marxismo, coloque tudo dentro das malditas regras da ABNT (isso provavelmente vai te tomar mais tempo do que o trabalho, em si), esqueça a vida social por apenas uns diazinhos, lembre que disso tudo, por mais distante que esteja, depende o SEU futuro.
Aí um dia, quem sabe, você perceba que o balde de água fria, as noites sem dormir, as overdoses de café e cigarro na frente do computador, as pernas que não param de se mexer, a louça que ficou acumulada na pia...bem, tudo isso, valeu a pena.