4 de dezembro de 2006

Já contei essa história pra muita gente, mas a chegada das férias me fez relembrá-la.

O colégio em que estudei lá em Maringá todo ano promovia um festival de teatro. Os alunos eram responsáveis por praticamente tudo, desde o roteiro até a contra-regragem. Quando eu estava no segundo ano, fui líder de turma junto mais duas amigas e ficamos responsáveis por toda a organização da nossa peça. Logo que definiram o tema, fiquei bastante animada. Não me lembro agora exatamente quais eram, mas tinha rádio e cinema, que eram os que eu torcia pra tirar no sorteio. Pois pegamos...jornal.
E foi assim que tudo começou.
Nós conseguimos uma visita à Folha de S. Paulo, pegamos nossas malas e fomos pra São Paulo passar um tarde inteira na redação.
Eu coloquei meus pés ali e resolvi: é isso que quero fazer da vida.
Pessoas andando, conversando, nada de terno e gravata, e movimento, movimento, movimento.
Cheguei em Maringá e comuniquei para meus pais que tinha decidido o que fazer no vestibular: jornalismo.

Aqui abro um parêntese. Eu fiz teatro por cerca de oito anos. Meu sonho era continuar sendo atriz, mas eu tinha medo, muito medo. Aquela velha história do talento, eu sabia que não tinha nascido com ele. Então, resolvi que ia fazer alguma coisa que me mantivesse nos meios de expressões, e isso, com certeza, também influenciou muito minha escolha.

Meu terceiro ano foi praticamente perdido. Eu não estudei. Passei o ano inteiro só fazendo festa, churrasco, viagens e saindo com os amigos. Resultado: não passei no vestibular.
Eu era boa aluna, não pegava recuperações nem nada e aquilo foi um soco na cara. Mas nem pensava na possibilidade de fazer uma faculdade particular (não cheguei nem a prestar vestibulares para tal).
Vim pra Curitiba, fiz um ano de cursinho e passei na UFPR.

Confesso: nem sabia direito o que um jornalista fazia. Não lia jornais diários, não sei nomes de jornalistas importantes, conheço muito pouco sobre a área. Mas, desde o primeiro dia de aula, eu tive certeza de que tinha tomado a decisão certa. E aquilo tudo foi me facinando e eu passava as tardes lendo textos de teoria do jornalismo e me apaixonando.

Hoje fiz minha última prova do meu primeiro ano de faculdade. E sinto que agora minha vida está, verdadeiramente, começando.